Susceptibilidade de bactéria do gênero Staphylococcus isoladas de animais com otite externa
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Resumo
A otite externa é um achado frequente na prática veterinária, sendo de extrema importância o conhecimento dos principais agentes bacterianos e a real necessidade de um tratamento com antimicrobianos. O presente estudo realizou o levantamento de Staphylococcus isolados de cultura bacteriana de secreção otológica de cães atendidos em uma clínica veterinária localizada no bairro de Cerqueira Cesar, cidade de São Paulo, estado de São Paulo, Brasil, no período de março de 2011 a outubro de 2014. Foi realizado um estudo com um grupo de 64 animais com otite. Todos tiveram secreção ótica coletada e analisada pela cultura bacteriana e, as amostras com isolamento bacteriano foram submetidas ao teste de susceptibilidade a antimicrobianos pelo método de difusão em ágar estabelecido pelo National Commitee for Clinical Laboratory Standars (CLSI). Deste total, 21 animais não tiveram crescimento bacteriano e de 43 animais foram obtidos 68 isolados bacterianos. Em dez animais foram realizadas amostras unilaterais e de 33, bilaterais, sendo 31 isolados bacterianos obtidos de amostras da orelha direita e 36 da orelha esquerda. Dos 68 isolados óticos obtidos, o microrganismo mais frequentemente encontrado foi o gênero Staphylococcus (82,4%): 38,6%, Staphylococcus intermedius group; 24,3%, Staphylococcus sp; 17,1%, S. epidermidis e (2,9%), S. aureus. Os resultados obtidos demonstraram que a maioria dos isolados de Staphylococcus foram altamente sensíveis aos betalactâmicos: amoxicilina com ácido cavulânico (98,2%), cefalexina (94,4%), aos aminoglicosídeos, tobramicina (82%), gentamicina (78,6%) e neomicina (69%), quinolonas, enrofloxacina (69,9%) e cirpofloxacina (69%). Entre os 56 isolados de Staphylococcus, cinco foram resistentes à oxacilina (RMSP). Nas estirpes RMSP, a resistência simultânea a quatro ou mais antibióticos também foi verificada. Os resultados sugerem que a seleção mais cuidadosa ou prescrição de antibióticos para otite externa deva ser considerada para reduzir o surgimento de estirpes com multirresistência aos antibióticos existentes e utilizados na medicina veterinária.
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