Relato de caso raro: síndrome do pio-granuloma estéril canino

##plugins.themes.bootstrap3.article.main##

C. E. Larsson JR
A. M. G. Silva
I. F. Gasparello
C. E. Larsson

Resumo

A Síndrome do pio-granuloma estéril ou dermatite granulomatosa multinodular perianexial idiopática é bastante rara no cão, mormente na rotina de mais de 30 anos de serviço especializado paulista. O relato objetiva demonstrar que a despeito de ser considerada como infrequente ela pode ser encontrada na rotina clínica. Uma cadela, sem definição racial, com sete anos de idade, proveniente de Piracicaba/ SP foi trazida, por proprietários desalentados, após inúmeros tratamentos, ao hospital veterinário escola apresentando nódulos cutâneos evoluindo para lesões ulceradas em diversas regiões do corpo (cefálica, torácica e, distalmente, em membros) com aparecimento súbito e evolução de dois meses. Ao exame físico, a única alteração evidenciada foi a pirexia de 40,4°C. O exame dermatológico evidenciou úlceras fagedênicas, circulares, exsudativas de tamanhos variáveis (2x3cm a 6x4cm) conforme a localização. O hemograma, o perfil bioquímico e o ultrassom abdominal não revelaram anormalidades. De acordo com o padrão lesional a suspeita recaiu para dermatose por agente infeccioso, neoplasia ou pio-granuloma estéril. Para tanto foi realizada a biópsia cutânea e solicitado o exame histopatológico (hematoxilina-eosina e Ziehl-Neelsen). Instituiu-se, empiricamente, antibioticoterapia cefalosporínica sem qualquer melhora. A histopatologia denotou piodermite profunda crônica associada a dermatite piogranulomatosa estéril. Prescreveu-se o tratamento com prednisona (1mg/ kg/ a cada 12 horas) e após dois meses houve a plena remissão das lesões. A patogênese da síndrome não está elucidada, porém devido a boa resposta a glicocorticóides e imunossupressores, admite-se a disfunção do sistema imune, fato condizente com a resposta ao tratamento instituído. Sugere-se ainda que a síndrome possa estar relacionada a persistente resposta imune a agentes, como Leishmania spp. ou Mycobacterium spp. Aguarda-se por ora o resultado de exame sorológico para leishmaniose. O diagnóstico da Síndrome é desafiador e deve ser estabelecido após a exclusão de outras doenças cutâneas pio-granulomatosas. O tratamento consiste em exérese cirúrgica ou uso de corticóides sistêmicos. Em conclusão, o piogranuloma estéril é incomum, requer diagnóstico minucioso e exclusão de co-morbidades, resultando em bom prognóstico quando da adoção de tais protocolos.

##plugins.themes.bootstrap3.article.details##

Como Citar
LARSSON JR, C. E.; SILVA, A. M. G.; GASPARELLO, I. F.; LARSSON, C. E. Relato de caso raro: síndrome do pio-granuloma estéril canino. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 13, n. 3, p. 56-57, 18 jan. 2016.
Seção
RESUMOS CONGRESSO BRASILEIRO DE DERMATOLOGIA VETERINÁRIA