Prevalência de problemas comportamentais em cães (Canis familiaris) atendidos no município de Canoinhas–SC
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Resumo
Atualmente a característica mais valorizada nos cães é a companhia e por vezes são considerados como “membros da família” que suprem necessidades humanas afetivas. No entanto, apesar da expectativa dessa convivência ser benéfica para ambas as partes, falhas na interação podem propiciar o surgimento de problemas comportamentais (FARACO, 2004). Assim, o presente trabalho analisou a frequência de cães de companhia com problemas comportamentais, atendidos no município de Canoinhas/SC; verificar a percepção dos responsáveis quanto ao comportamento dos seus cães, classificando-os em normais ou anormais para a espécie e desejável ou indesejável para os tutores; assim como a associação dos comportamentos levantados em relação à raça, idade, sexo e estado de castração dos animais. Cem questionários foram aplicados a pessoas que frequentam estabelecimentos veterinários no município de Canoinhas/SC. O formulário elaborado com base na literatura, foi composto por perguntas com respostas de múltipla escolha, das quais algumas apresentavam uma escala de frequência. Agrupadas em diferentes domínios abordando os tópicos de problemas comportamentais mais comumente relatados. As freqüências de ocorrência foram transformadas em percentuais. A associação dos comportamentos com às variáveis coletadas foi analisada com o emprego do teste de qui-quadrado,o nível de significância adotado foi 0,05. A variável faixa etária foi subdividida em três classes. As raças foram agrupadas apenas em duas classes, com e sem raça definida. Os estados de castração e sexo foram agrupados em quatro classes diferentes. Dos resultados, 47% dos cães apresentaram um ou mais comportamentos indesejáveis para seus tutores, e 19% destes consideraram estes comportamentos anormais para a espécie. A desobediência foi o problema comportamental mais frequente (98%), seguido ansiedade por separação (91%), agressividade em situações específicas (86%), agressividade direcionada a indivíduos (83%), medo (78%) e compulsão (70%). Sexo e estado de castração apresentaram associação com desobediência (P<0,03). As faixas etárias apresentaram associação com agressividade (P<0,001) e o medo (P<0,05). Não houve associação entre as raças e os problemas comportamentais. Voith, 1992 apud BEN-MICHAEL, 2005, verificou que 40% dos tutores relataram comportamentos indesejáveis em seus cães o que é, semelhante ao observado no presente trabalho. Concluiu-se que problemas comportamentais em cães são frequentes, sendo considerados como indesejáveis em menos da metade dos relatos.
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