Descrição diagnóstica e terapêutica do tumor venéreo transmissível em nove animais errantes
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Resumo
O tumor venéreo transmissível (TVT), é um dos tumores que mais acomete a espécie canina, apresentando uma predominância maior em animais jovens, errantes e sexualmente ativos, é uma neoplasia de células redondas, ou ovais de dimensões uniformes, com grandes núcleos (SOARES, 2007), possui origem mesenquimatosa (SOUSA et al, 2000) e é caracterizado por ser transmissível de forma venérea pelo coito ou transplantado mecanicamente, por meio de lambedura, mordedura e arranhões. A transmissão dessa neoplasia é favorecida por características do coito desses animais, visto que o contato prolongado predispõe ao desenvolvimento de lesões na mucosa genital. No presente trabalho foi realizado um estudo dos casos TVT, objetivando buscar informações a respeito da incidência dessa neoplasia em animais errantes cadastrados no projeto de Controle de Natalidade de Cães e Gatos do Município de Alegre- ES. No período de junho de 2012 a junho de 2014, foi constatada a presença de TVT em nove animais. Os dados foram obtidos pela consulta das fichas clínicas dos animais. Após a compilação dos dados, foi constatada a-maior incidência em fêmeas (56,6%) dos casos. Quanto à localização anatômica, foi observado o comprometimento do globo ocular, genitália externa masculina e feminina, cavidade oral e nasal e sistema nervoso central. Houve uma maior incidência da genitália externa desses animais, uma vez que este tipo de neoplasia é transmitida pelo coito afetando comumente o pênis e prepúcio dos machos, a vulva e vagina das fêmeas. Todos os nove animais, apresentaram sinais clínicos referentes a presença do TVT, dentre eles, lambedura da genitália e a secreção vaginal ou prepucial sanguinolenta. Na grande maioria dos casos as lesões causadaa pelo tumor, se apresentavam como lesões nodulares ulcerativas. O diagnóstico do TVT foi realizado por meio da técnica de “imprint” e da técnica de punção aspirativa com agulha fina (PAAF). Os cães acometidos pelo TVT, foram tratados com Sulfato de Vincristina na dose 0,025 mg/Kg. Em dois casos foi efetuada primariamente a remoção cirúrgica do TVT, com a extração do globo ocular de um cão, e a retirada de parte do TVT da vulva de uma cadela e, posteriormente, realizada a quimioterapia. Nesse estudo, 71,5% dos cães apresentaram a cura com quatro administrações quinzenais do quimioterápico, o animal com acometimento do sistema nervoso central veio a óbito. Pode-se concluir que o controle e a prevenção do TVT são de grande importância para a saúde animal e para a medicina veterinária do coletivo, uma vez que o coito e o contato com mucosas são as principais formas de transmissão, e que a aglomeração de cães em abrigos, sem o prévio diagnóstico, ou as aglomerações de cães errantes por fêmeas no cio, podem elevar o número de animais acometidos. O sulfato de vincristina deve ser utilizado com cautela em animais errantes e de abrigo, tendo em vista as condições nutricionais e clínicas desses animais, mas mostrou-se efetivo na redução e cura do TVT. Campanhas de prevenção devem ser realizadas com o intuito de esclarecer aos proprietários para não deixarem os cães soltos nas ruas, bem como, para salientar a grande importância da castração dos animais.
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