Detecção de anticorpos contra o sorotipo 4 da língua azul (btv-4) em bovinos leiteiros da mesorregião norte central do Paraná, Brasil
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Resumo
A Língua Azul (LA) é uma enfermidade que afeta ruminantes causada pelo vírus da Língua Azul (BTV), que apresenta 27 sorotipos distribuídos mundialmente. A LA é uma doença infecciosa, em que a maioria dos sorotipos não é contagiosos e que sua transmissão é efetuada principalmente pela picada de vetores invertebrados, dípteros do gênero Culicoides. Ocorre de forma endêmica em regiões climáticas favoráveis (temperada e tropical) que propiciam a alta proliferação de Culicoides. A replicação viral ocorre no local da picada do vetor nas células endoteliais e em células do sistema linforreticular. Em bovinos a infecção costuma ser inaparente, e é confirmada de forma indireta, pela detecção da presença de anticorpos no soro dos animais. Nos países onde a língua azul é endêmica podem ocorrer restrições ao comércio internacional de animais. Devido ao longo período de viremia apresentado, os bovinos são considerados reservatórios da doença. Os anticorpos contra o BTV são produzidos por volta de dez dias após a infecção. Diversos estudos realizados no Brasil confirmaram a existência de alta frequência de bovinos e ovinos apresentando anticorpos para o vírus da LA. No ano de 2001, no Estado do Paraná, Brasil, foram relatados casos clínicos de LA em ovinos e confirmada a presença do sorotipo BTV-12, mas ainda não foram realizados estudos para identificar a prevalência de BTV nesse Estado. O presente trabalho investigou a presença de fêmeas bovinas, de aptidão leiteira, da agricultura familiar na mesorregião norte central do Paraná reagentes para o sorotipo BTV-4 do vírus da LA. Os soros de 633 vacas em lactação, sem manifestação clínica da doença, com idade entre 02 a 14 anos, foram cedidos pela Emater Paraná, oriundos de oito municípios, coletadas no período de julho de 2013 a abril de 2015. A triagem foi realizada pela técnica de cELISA, que detecta anticorpos de todos os sorotipos de BTV. Os soros reagentes foram submetidos à virusneutralização, em diluições seriadas variando de 1:10 até 1:1.280. Após a diluição dos soros, foram adicionados 50μL da solução viral contendo 2.000/DICT50/mL do BTV-4. A mistura soro-vírus foi incubada por uma hora a 37ºC em estufa com 5% de CO2. A seguir foram adicionados 100μL suspensão celular na concentração de 106 células/mL da linhagem celular VERO. As microplacas foram novamente incubadas por cinco dias, quando foram lidas em microscópio óptico invertido. Os títulos foram calculados pelo método de Reed e Muench e expressos em log (TCID50/ mL). Amostras com título superior a 1,0 log10 na virusneutralização foram consideradas reagentes. No cELISA, 100% das amostras de soro foram reagentes, enquanto na virusneutralização, 64,61% (409/633) foram reagentes, e a média de título foi de 1,53±0,30. A alta porcentagem de animais reagentes para o vírus da LA demonstra que o BTV-4 é endêmico na região e concorda com dados da literatura nacional, justificada pelo clima tipo Cfa (h) úmido e quente favorável à proliferação dos vetores.
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