Análise do potencial teratogênico e imunomodulatório de células progenitoras amnióticas caninas
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Resumo
As células-tronco fetais podem ser obtidas nas membranas extraembrionárias, especialmente a membrana amniótica (MA), que é de fácil obtenção e que apresenta um potencial satisfatório de proliferação e diferenciação. Até o presente ainda não foi investigado o potencial imunomodulador das células de MA caninas nem o real potencial tumorigênico que essas células podem apresentar em ensaios in vivo. O presente trabalho foi delineado para a obtenção de dados que suportem o uso seguro dessas células na terapia celular e na Medicina regenerativa. Para coleta das MA foram utilizados dez fetos caninos oriundos de campanhas de castração. A cultura foi efetuada com o método de explante. Os fragmentos de tecido foram implantados em placas de petri contendo o meio de cultivo Alpha-Men, suplementado com 10% de soro fetal bovino e 1% de antibiótico. Quando o cultivo celular estava estabelecido, foi realizada sua análise morfológica, o ensaio de criopreservação e o respectivo teste teratogênico com a aplicação de 1x106 células em camundongos imunossuprimidos por 60 dias. As células amnióticas em cultura apresentaram morfologia fibroblastoide com núcleo centralizado e citoplasma alongado. A tripsinização para a expansão celular foi realizada usualmente a cada três dias. Após o teste de criopreservação, as células mantiveram amorfologia fibroblastoide. Decorridos 60 dias da aplicação das células em camundongos imunossuprimidos, não foi observada macroscopicamente qualquer formação tumoral. Após a eutanásia dos animais nos exames histopatológicos efetuados no coração, fígado, baço, pulmão e rim, revelou-se a existência de um arranjo e composição celular tipicamente normais, sem desarranjos, processos inflamatórios ou crescimento celular anormal que pudesse sugerir algum tipo de formação tumoral. Dessa forma, a conclusão obtida foi que as células amnióticas caninas apresentam condições para serem utilizadas na terapia celular, pois possuem crescimento satisfatório in vitro e não apresentam potencial para formar teratomas. Os próximos passos envolvem a avaliação da capacidade imunomodulatória com a expressão de marcadores específicos (CD73, CD 105, CD90, CD34, IL-1, IL-2, IL-6, MHC-I e MHC-II) por citometria de fluxo.
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