Anemia hemolítica imunomediada primária em ação – Relato de caso
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Resumo
Introdução: A anemia hemolítica imunomediada (AHIM) é uma consequência do aumento da destruição de hemácias, como resultado de anticorpos ou pelo sistema complemento, criados diretamente contra eritrócitos ou devido a imunocomplexos fixados na superfície das hemácias. Geralmente é uma anemia regenerativa, mas ocasionalmente arregenerativa, resultante da formação de anticorpos que atuam contra precursores eritroides. Relato de caso: Uma cadela da raça shi tzu, com três anos de idade, foi atendida apresentando hematúria, apatia, hiporexia e mucosas ictéricas. Nos exames laboratoriais foram constatados: anemia regenerativa, hiperproteinemia, processo inflamatório agudo regenerativo e, no ultrassom abdominal, esplenomegalia. O mielograma apresentou relação granulocítica/eritrocítica diminuída, série eritroide com escalonamento inadequado e diseritropoiese. A série mieloide apresentou hipercelularidade e reatividade. O tratamento instituído foi prednisona, heparina, micofenolato, leflunomida e doxiciclina. Também foram efetuadas quatro transfusões de concentrado de hemácias e uma aplicação de imunoglobulina humana. Resultados e Discussão: O animal apresentou melhora clínica e laboratorial, após o início do tratamento, com imunossupressor e imunoglobulina humana, convertendo a ação do sistema imunológico. O diagnóstico de AHIM primária foi concluído após descarte das possíveis causas primárias que desencadeariam AHIM secundária, como erliquiose, babesiose, leishmaniose, intoxicação, fármacos, vacinação recente e doenças preexistentes. O mielograma mostrou um desarranjo importante da série eritroide que, se não tratado adequadamente, poderia reverter para uma ação arregenerativa da série eritroide. Conclusão: O diagnóstico diferencial é sempre necessário para descartar possíveis causas primárias de AHIM. Mesmo com transfusões sanguíneas e tratamentos imunossupressores, se a ação imunológica for secundária, o tratamento não será efetivo se a causa primária não for tratada. O mielograma é essencial para a interpretação de alterações hematológicas em sangue periférico e a realização do diagnóstico diferencial.
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