Agentes causadores da mastite em uma propriedade da região sul do estado do Rio Grande do Sul, Brasil

Resumo

A pecuária leiteira é uma das atividades de maior expressividade para o Estado do Rio Grande do Sul; contudo, a ocorrência de mastite é um evento que ocasiona queda da produtividade dos rebanhos, prejudica a qualidade do leite produzido e aumenta os custos de produção. A redução das perdas, desencadeadas por tal patologia, exige o monitoramento da presença de agentes causadores de mastite na propriedade, o que subsidia a implantação de medidas adequadas para o tratamento de infecções existentes, e de ações preventivas de higiene destinadas a evitar a ocorrência de casos novos. O presente trabalho investigou os principais agentes causadores de mastite presentes em uma propriedade leiteira do sul do Rio Grande do Sul. Foram realizadas coletas de amostras dos tetos reagente positivos no teste CMT (California Mastitis Test), nos meses de fevereiro e maio de 2015 e foram realizados os procedimentos microbiológicos indicados para a identificação dos microrganismos isolados. No mês de fevereiro, de 34 amostras de leite coletadas foram identificados os seguintes microrganismos: Staphylococcus coagulase negativa (52,9%), Streptococcus spp. (14,7%), Bacilos Gram-negativo (11,7%), Staphylococcus coagulase positiva (8,8%), Corynebacterium spp. (5,8%) e ausência de crescimento (2,9%). No mês de maio, de 62 amostras de leite coletadas foram identificados os seguintes microrganismos: Staphylococcus coagulase negativa (35,4%), Corynebacterium spp. (3,2%), Staphylococcus coagulase positiva (1,6%), Bacilo Gram-negativo (1,6%) e ausência de crescimento (43,5%). Nas duas coletas efetuadas houve predominância do crescimento de Staphylococcus coagulase negativa. Além disso, houve uma ocorrência maior de agentes contagiosos em relação aos ambientais. O Streptococcus spp. só foi isolado nas amostras de leite coletadas no mês de fevereiro. A presença do Corynebacterium spp. em ambas as coletas é um fato relevante, pois há estudos que dizem que a presença desse agente é um fator predisponente para a infecção por outros agentes contagiosos.