Isolamento de Prototheca spp. em rebanho leiteiro do estado de Goiás, Brasil
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Resumo
Em uma propriedade leiteira do município de Corumbá de Goiás, com 59 animais em lactação, cinco foram diagnosticados com mastite clínica refratária ao tratamento com espiramicina, neomicina, ceftiofur, ampicilina, cloxacilina, sulfadoxina e trimetoprima. Amostras de leite foram enviadas ao Laboratório de Bacteriologia da União Pioneira de Integração Social (UPIS) e semeadas em ágar sangue ovino 5% (AS) e ágar Mac Conkey (MC). Em 60% das amostras examinadas houve o crescimento de colônias planas, circulares, com bordas irregulares, opacas, não hemolíticas e de coloração cinza claro. O crescimento foi evidente com 48h de incubação a 37ºC e com 72h apresentavam um diâmetro de 0,5mm de diâmetro (AS). No ágar MC as colônias cresceram como minúsculos pontos de coloração rosa. Na coloração de Gram as células apresentaram a forma esférica grande com região central de coloração não uniforme. Na coloração com azul de algodão foram observadas formas globosas com endósporos em diferentes números. As colônias foram repicadas para ágar Sabouraud e ágar Muller Hinton, e colocadas em salina esterilizada. Cresceram nos meios incubados a 37ºC e na salina formaram grumos na superfície, uma das metodologias utilizadas para diferenciar o gênero Prototheca de leveduras. O microrganismo não metabolizou trealose, inositol e sacarose e no antibiograma foi suscetível à gentamicina e resistente aos demais princípios rotineiramente utilizados no tratamento da mastite. As informações levantadas revelaram que os animais eram criados a pasto, sem contato com áreas alagadiças e que esses episódios de mastite tiveram início no mês de agosto, época de seca na região Centro-Oeste. Porém, o proprietário havia alugado um pasto com água represada nesse período, o que justificou a pesquisa da alga em amostras da água (não encontrada). Apesar de a mastite por Prototheca spp. ser de difícil tratamento, o proprietário optou pela tentativa, utilizando 100.000 UI de nistatina por quarto mamário durante dez dias (preconizado pela literatura). Os animais apresentaram uma aparente recuperação, mas posteriormente houve recidiva e foram descartados. A Prototheca spp. já foi isolada de leite bovino em vários Estados do Brasil. Alerta-se sobre esse achado, visto o desconhecimento de muitos médicos-veterinários e o risco à saúde pública por ser um patógeno comum aos seres humanos e animais.
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