Hemolisinas produzidas por estirpes de s. Aureus isoladas em casos de mastite clínica e subclínica em propriedades leiteiras da região sul do estado do Rio Grande do Sul, Brasil

Conteúdo do artigo principal

T. Picoli
G. S. Latosinski
C. M. Peter
M. S. Bragatto
J. L. Zani

Resumo

O Staphylococcus aureus, principal microrganismo causador de mastite bovina, possui diversos fatores de patogenicidade, dentre eles a capacidade de produzir enzimas citolíticas como hemolisinas, que estão associadas a alterações patológicas nas infecções estafilocócicas. O presente trabalho avaliou a produção de hemolisinas por S. aureus isolados de mastite bovina. A partir de amostras de leite coletadas de quartos mamários com mastite, foram isoladas seis estirpes de S. aureus provenientes de enfermidade clínica e dez de enfermidade subclínica que foram avaliadas quanto à produção de hemolisinas. Os isolados foram semeados em meio de cultivo Ágar-sangue 5%, incubados e, após crescimento das colônias, estas foram suspensas em caldo BHI sob turbidez 01 das escala de Mc Farland. Foi coletado sangue de carneiro, desfibrinado, centrifugado e o sobrenadante descartado. Foram realizadas duas lavagens com tampão PBS até a ressuspensão das hemácias em PBS no volume inicial de sangue. Em placas com 96 cavidades, 50 μL de caldo BHI duplo com 5% de hemácias e 50 μL das suspensões bacterianas foram adicionados aos poços em quadruplicata. Após 48 horas de incubação, os sobrenadantes foram aspirados e transferidos a outras microplacas. A leitura efetuada em espectrofotômetro (492nm) avaliou a absorbância. Foram consideradas positivas as estirpes cujas médias ultrapassaram a média dos controles negativos (apenas BHI) acrescidos de dois desvios padrões. O teste t de Student foi adotado para comparação entre as médias. As estirpes hemolíticas rompem hemácias e causam o extravasamento de hemoglobina no meio, tornando o sobrenadante avermelhado. O controle negativo apresentou média de absorbância de 0,342 ± 0,05. Todas as estirpes isoladas dos casos de mastite clínica foram positivas (0,843 ± 0,235). Nove estirpes de casos subclínicos tiveram média superior ao controle negativo 0,563 ± 0,106. Uma estirpe teve absorbância 0,272 ± 0,07; portanto, inferior ao controle negativo. Houve diferença entre a média de absorbância dos controles negativos e as médias de absorbância das estirpes positivas (p<0,001) e entre as estirpes provenientes de mastite clínica e subclínica (p<0,01), demonstrando que a produção de hemolisinas é um importante fator de patogenicidade de S. aureus relacionado com o grau de severidade da infecção.

Detalhes do artigo

Seção

III SIMPÓSIO DE QUALIDADE DO LEITE

Como Citar

Hemolisinas produzidas por estirpes de s. Aureus isoladas em casos de mastite clínica e subclínica em propriedades leiteiras da região sul do estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, [S. l.], v. 14, n. 3, p. 84–85, 2016. Disponível em: https://revistamvez-crmvsp.com.br/index.php/recmvz/article/view/34948. Acesso em: 5 dez. 2025.