Caracterização da microbiota nas mastites subclínicas bovinas em propriedades de agricultura familiar no município de Bofete, estado de São Paulo, Brasil
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Resumo
A mastite impacta negativamente a cadeia produtiva do leite pela diminuição da produção e pelo menor rendimento industrial dos derivados lácteos. Além dos aspectos de produtividade, também devem ser destacados os relacionados à saúde pública. A produção de enterotoxinas termorresistentes por determinados microrganismos é um fator de virulência importante, bem como a formação de biofilmes em equipamentos de laticínios. O presente trabalho avaliou a presença de mastite subclínica em propriedades leiteiras de agricultura familiar, localizadas no município de Bofete/SP. Foram coletadas amostras de leite de todas as vacas nas 16 propriedades incluídas no estudo, de acordo com o interesse de seus proprietários. Em todos os animais foi realizado o teste do CMT, para detecção da mastite subclínica. As amostras positivas foram cultivadas em meios de ágar sangue bovino 8%, bem como em ágar MacConkey, a 37°C com observação a cada 24h, por três dias. Os microrganismos isolados foram identificados por características fenotípicas das colônias e coloração de Gram. Para Staphylococcus spp., foi realizado teste da coagulase em tubos e provas bioquímicas de fermentação de açúcares manitol, maltose e trealose para S. aureus, bem como teste de resistência à Polimixina B (300UI) e sensibilidade à Novobiocina (5MCG). Para identificação de Streptococcus spp. e Enterococcus spp., foi realizado o teste de CAMP e cultivo em placas contendo ágar esculina e ágar bile esculina para observação da hidrólise da esculina. Do total de 217 amostras de leite analisadas, 37,3% (81/217) foram negativas ao cultivo microbiológico, 34,6% (75/217) apresentaram colônias de Corynebacterium spp. e 8,3% (18/217) Staphylococcus aureus. Em 7,8% (17/217) das amostras foram isoladas três ou mais patógenos, sendo consideradas como contaminadas; 6,0% (13/217) apresentaram estafilococos coagulase negativa, 3,2% (7/217) Staphylococcus intermedius, 1,8% (4/217) Streptococcus dysgalactiae e 0,9% (2/217) Enterococcus spp. Portanto, foi constatada uma maior frequência de ocorrência de microrganismos contagiosos que pode estar associada ao mau uso da ordenha ou ainda à higiene inadequada durante o processo. Diante disso, fica patente a necessidade da adoção de medidas higiênico-sanitárias durante a ordenha para a obtenção de uma melhor qualidade do leite produzido.
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