O papel do gatil da Universidade Federal de Pernambuco como instrumento de ensino, pesquisa, extensão e controle populacional de doenças em gatos abandonados na instituição

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M. H. B. Tavares
L. S. Barbieri
T. Oliveira dos Santos
A. L. T. Cunha
R. T. D. Moura

Resumo

Na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), o fluxo constante de animais no Hospital Veterinário favorece o abandono de cães e gatos de diferentes localidades do Recife e das comunidades circunvizinhas à UFRPE. São animais de idade, raça, sexo e doenças preexistentes diversas, sendo na sua maioria felinos em seus primeiros meses de vida e/ou portadores de doenças infecciosas. Inserido nesse contexto, o gatil da UFRPE, existente desde 1998 como idealização e projeto da docente da disciplina de Clínica Médica de Caninos e Felinos do Curso de Graduação em Medicina Veterinária, em 2013 tornou-se parte de um Programa Institucional voltado aos animais do campus Recife da UFRPE intitulado “Animus”. O gatil tem o objetivo de reduzir a disseminação de zoonoses e a ocorrência de superpopulação; recuperar, castrar, vacinar contra raiva e direcionar esses animais para feiras de adoção (parcerias); e atuar ainda como instrumento para o ensino e para a pesquisa, além de também fazer um trabalho de extensão gratuito na orientação de manejo alimentar, higiênico, sanitário, comportamental e de enriquecimento ambiental em abrigos de gatos no Recife. Sendo um ambiente de alta rotatividade, um programa de manejo adequado é fundamental para: reduzir a carga de patógenos e a disseminação de doenças infectocontagiosas e parasitárias entre os animais recolhidos no campus e as pessoas que frequentam esse ambiente (tratadores, docentes, discentes, pesquisadores e voluntários); prevenir surtos; controlar a procriação; reduzir o estresse e manter o bem-estar dos animais confinados e livres monitorados. O acesso ao gatil é restrito, a fim de reduzir o estresse provocado pela introdução de desconhecidos, tendo os discentes dia e hora específicos para práticas de clínica médica. A equipe envolvida possui conhecimento em manejo do coletivo e adota procedimentos protocolados pela coordenação do recinto. A higienização é efetuada duas ou mais vezes ao dia; bebedouros, comedouros e caixas de areia são desinfetados diariamente. Água e ração seca específica para gatos (sem corantes) oferecidas ad libitum, e ração úmida uma vez ao dia. Dejetos são conduzidos para fossas, e os de descarte são direcionados para lixo biológico. O enriquecimento ambiental reduz estresse e sedentarismo, e melhora a socialização. Filhotes e animais clinicamente doentes são mantidos em boxes distintos, e os debilitados, em gaiolas individuais para diagnóstico, protocolo específico do tratamento e registros. Animais clinicamente saudáveis convivem juntos em ambiente amplo com iluminação solar e proteção contra chuvas e ventos. Desparasitação interna e externa, corte das unhas, escovação, limpeza de ouvidos e exame clínico são efetuados periodicamente. As doenças mais frequentes são rinotraqueíte, calicivirose; dermatofitose, esporotricose, sarna notoédrica, sarna otodécica, puliciose, linxacariose, endoparasitoses e, em sequência, imunodeficiência (FIV), peritonite infecciosa (PIF) e leucemia (FeLV). Todos os animais comportamentalmente aptos são direcionados para as feiras de adoção (parcerias), e os inaptos passam, antes, por recondicionamento. O gatil da UFRPE é fonte de produção científica e construção de conhecimento nas áreas de Medicina de Abrigo, do Coletivo e Preventiva para graduandos, pós-graduandos e profissionais; contribuindo de forma relevante para a prevenção de surtos de zoonoses, no controle populacional e garantido o bem-estar animal e da sociedade do município. 

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Como Citar
TavaresM. H. B.; BarbieriL. S.; SantosT. O. dos; CunhaA. L. T.; MouraR. T. D. O papel do gatil da Universidade Federal de Pernambuco como instrumento de ensino, pesquisa, extensão e controle populacional de doenças em gatos abandonados na instituição. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 15, n. 1, p. 73-73, 1 jan. 2017.
Seção
VII CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DE MEDICINA VETERINÁRIA DO COLETIVO