Ações de vigilância e controle da esporotricose zoonótica na cidade de Pelotas, estado do Rio Grande do Sul, Brasil
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Resumo
Pesquisas realizadas na região sul do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil, têm constatado que a partir do ano de 2000 houve aumento do número de casos de esporotricose em animais, especialmente em felinos. Esses dados alertaram o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) do município de Pelotas (RS) para a necessidade da implementação de um programa de vigilância e controle dessa doença, em razão de seu potencial zoonótico relacionado, particularmente, ao felino doméstico. O objetivo do programa foi o de identificar e monitorar as áreas de risco para a esporotricose zoonótica e oferecer serviço de atendimento e diagnóstico a indivíduos com suspeita da micose. No ano de 2013 foi instituído o programa de Vigilância e Controle de Zoonoses Emergentes, tendo a esporotricose como tema principal. O planejamento e a execução das ações englobaram a elaboração e a distribuição de material informativo da doença em unidades básicas de saúde, hospitais e consultórios médicos, locais de atendimento veterinário e em laboratórios de diagnóstico microbiológico. Também foram realizadas capacitações dos profissionais de saúde humana e animal, bem como sensibilização da população para a notificação de casos. A mobilização efetuada incluiu a realização de palestras e a divulgação de informes em mídia impressa e digital, além da utilização das redes de comunicação de entidades como o Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul, a Associação dos Médicos de Pelotas, e a Cooperativa Médica de Pelotas. As ações de sensibilização foram conduzidas em 42 estabelecimentos veterinários, 71 locais de atendimento médico e cinco laboratórios de diagnóstico microbiológico. Os dados colhidos no ano de 2013 foram de 57 notificações, que resultaram em 45 casos da doença em animais e nove em humanos. No ano de 2014 o número de notificações (n=148) bem como o de casos confirmados aumentaram significativamente, com o registro de 87 casos confirmados em animais e de 17 em humanos. No ano de 2015 foram registradas 151 notificações, com 97 casos confirmados em animais e 21 em humanos. Nos três anos avaliados, duas regiões distintas do município concentraram a maioria dos casos confirmados, com cerca de 80%. A notificação fornece subsídios para o desencadeamento de ações de vigilância e de controle que incluem a investigação epidemiológica e ambiental e a busca ativa de novos casos em animais e humanos, além da apreensão e do tratamento de animais errantes acometidos pela micose. As ações adotadas foram delineadas para minimizar os riscos zoonóticos da doença e a disseminação desenfreada do fungo na região, bem como para estimular a proteção e a promoção das saúdes humana e animal.
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