Tetraplegia por neoplasia maligna de bainha de nervo periférico
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Resumo
O tumor de bainha de nervo periférico (TBNP) agrupa as neoplasias que surgem de células de Schwann, fibroblastos e perineuro. Originando-se nas raízes nervosas, os tumores podem se estender e tomar forma tubular ou lobular. Acometem cães, com maior incidência em dois picos de idade, entre 2 e 3 anos e entre 7 e 9 anos, sem predileção racial. O diagnóstico é histopatológico, porém também auxiliam em seu estabelecimento os exames de imagem avançados, como tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética (RMI). Um canino, fêmea, sem raça definida, com 10 anos de idade, foi atendida em clínica veterinária apresentando sinais de tetraparesia não ambulatorial com evolução há duas semanas. A avaliação neurológica não revelou alterações em estruturas encefálicas, mas foi constatada tetraparesia espástica não ambulatorial com assimetria em resposta postural (ausente em membros do lado esquerdo), aumento dos tônus em todos os membros, aumento do reflexo patelar e diminuição do flexor no membro torácico esquerdo. Além disso, sensibilidade dolorosa superficial estava preservada em todos os membros. Como a localização neuroanatômica da lesão foi cervical, se requisitou avaliação tomográfica, a qual visibilizou a compressão extramedular por estrutura radiolucente adjacente à vértebra, que invadia o canal medular pelo forame intervertebral esquerdo entre C5 e C6. Com base no exame de imagem, o principal diagnóstico era de neoplasia. Foi realizado tratamento com corticosteroides, porém sem melhora. Os proprietários optaram pela eutanásia e solicitaram necrópsia. Na necrópsia, visualizou-se uma massa em raiz nervosa cuja avaliação histológica foi conclusiva para TBNP. Esse diagnóstico condiz com as suspeitas baseadas nos achados tomográficos, porém a TC não é capaz de diferenciar outros tumores que podem causar compreensão intradural extramedular, como meningioma. Contudo, a cronologia da doença associada aos exames de imagem, que apresentavam massa invadindo o canal vertebral através do forame intervertebral, com formato tubular estendendo-se e causando a compressão medular extradural, sem sinais de compressão intradural, permitiram a confirmação do diagnóstico. Com este relato concluímos que o TBNP é diagnóstico importante para compressão medular, e que o exame clínico, associado a achados em exames de imagem avançada, auxilia na delimitação de diferenciais.
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