Anomalia do desenvolvimento em tecido prepucial canino

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B. Z. L. L. Rocha
M. B. Ferreira
K. S. B. R. Fernandes
A. M. Silva
K. C. Marques
K. D. Filgueira

Resumo

As anomalias do desenvolvimento são definidas como ausência, deformidade ou excesso de partes corpóreas, como resultado da gênese deficiente do embrião. Em cães, estima-se que os problemas congênitos acometem cerca de 1 a 2%. Dentre as anormalidades congênitas na genitália externa do macho canino, as relacionadas ao prepúcio são: hipoplasia, agenesia ou fusão incompleta. Nesta última situação, não há oclusão embriológica normal das pregas genitais sobre o pênis, resultando em um prepúcio deficiente. O presente trabalho descreve um caso de patologia congênita em prepúcio de cão. Um canino, macho, com dois meses de idade e sem raça definida possuía alteração em região peniana desde o nascimento. Não havia relato de alterações nos genitores, assim como nos demais exemplares da ninhada. O paciente foi submetido à avaliação física. O tutor não autorizou a realização de exames complementares e/ou procedimentos cirúrgicos, optando somente por cuidados paliativos, como hidratação e antissepsia da área acometida. Constatou-se normalidade dos parâmetros vitais. A semiologia do sistema reprodutor detectou ausência de fusão do terço caudal da rafe prepucial e exposição local da lâmina interna do prepúcio, com pênis completamente exposto, desidratado e desviado lateralmente. Contudo, verificou-se ausência de hipospadia. O óstio prepucial era normal e havia presença de osso peniano. Ambos os testículos se situavam em bolsa escrotal e inexistiam má-formações perineais. Os cães com anomalias do desenvolvimento prepucial são geralmente atendidos em virtude da protrusão do pênis, o que pode ocasionar o ressecamento da mucosa do órgão. Tal situação foi compatível com o animal descrito. Em alguns casos, a não fusão do prepúcio acompanha a hipospadia e o subdesenvolvimento peniano, todavia, essa afirmação divergiu do presente relato, em relação às comorbidades correlatas. O tratamento cirúrgico para os distúrbios prepuciais congênitos é pouco empregado. Com base nessa informação, justificou-se o encorajamento do tutor para adotar apenas medidas conservativas. Em machos caninos de idade pediátrica, deve-se considerar a ocorrência de enfermidades congênitas prepuciais, mesmo com normalidade da maioria das estruturas que compõem a genitália externa. 

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Como Citar
ROCHA, B. Z. L. L.; FERREIRA, M. B.; FERNANDES, K. S. B. R.; SILVA, A. M.; MARQUES, K. C.; FILGUEIRA, K. D. Anomalia do desenvolvimento em tecido prepucial canino. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 15, n. 2, p. 88-88, 11 dez. 2017.
Seção
VII CONGRESSO PAULISTA DAS ESPECIALIDADES