Artrodese em caprino após septicemia secundária à onfaloflebite

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T. M. Macedo
M. R. Azedo
H. P. Noronha
P. M. A. Améríco

Resumo

Importantes na criação de ruminantes, as infecções umbilicais podem envolver os vasos umbilicais, o úraco ou tecidos imediatamente circunjacentes ao umbigo, e sua principal complicação é a septicemia. Êmbolos sépticos podem infectar pulmões, fígado, coração, articulações e outros órgãos. Em animais jovens, é comum a infecção das articulações dos membros, sobretudo dos anteriores, com claudicação. Foi atendida, no Hovet-Unimes, em outubro de 2015, um caprino fêmea, sem raça definida, de aproximadamente vinte dias de idade. Encontrava-se consciente, prostrada em decúbito lateral permanente. Relatou-se que não se mantinha em estação para alimentar-se na mãe há alguns dias. As mucosas estavam congestas, tempo de perfusão capilar e linfonodos normais, grau de desidratação entre 5-6%, temperatura retal de 42°C, auscultação cardiopulmonar normal e grande quantidade de pus drenando na região da cicatriz umbilical. A sonda introduzida no umbigo progredia cerca de 10 cm. Apresentava edema e hiperemia em ambos os carpos. Ao ultrassom abdominal, notou-se estrutura semelhante ao abcesso hepático, comunicando-se com a cicatriz umbilical. A radiografia evidenciou intenso processo inflamatório nas articulações do carpo. Sugeriu-se, assim, septicemia e artrite séptica, secundárias à onfaloflebite. Instituiu-se tratamento emergencial com fluidoterapia, terapia antimicrobiana e anti-inflamatória, e limpeza da cicatriz umbilical. A paciente recuperou-se, permanecendo em decúbito esternal. Mesmo após melhora significativa do estado geral e resolução da inflamação articular, foi observada dificuldade de extensão e excessiva flexão. Foi submetida a artrodese com placa nas articulações dos carpos, realizada com intervalo de 45 dias entre um membro e outro. Em cada procedimento, expôs- -se a articulação radiocárpica e removeu-se a cartilagem, expondo o osso subcondral hemorrágico, e estimulou-se o sangramento do canal medular com broca. A articulação foi reduzida em extensão e colocou-se uma placa de aço inoxidável bloqueada 3,5 de 10 furos com parafusos bloqueados de 3,5x14mm e de 3,5x16mm. A placa foi retorcida com retorcedor de mesa para que ficasse moldada à articulação. Foi realizada a síntese da musculatura, a aproximação do tecido subcutâneo e a sutura da pele. Quinze dias após o primeiro procedimento, a paciente conseguiu manter-se em estação e caminhar com o apoio de três membros. Após o segundo procedimento, apresentou dificuldade em apoiar esse membro devido a atrofia muscular. Foram realizadas sessões de fisioterapia até o animal apresentar apoio pleno dos quatro membros e deambulação. Septicemia e artrite são importantes complicações da infecção umbilical de neonato caprino, com risco primário de morte e secundário de função. Evidencia-se, assim, a relevância do correto manejo sanitário em sua prevenção e a exequibilidade da artrodese em perda de função ortopédica. 

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Como Citar
MacedoT. M.; AzedoM. R.; NoronhaH. P.; AmérícoP. M. A. Artrodese em caprino após septicemia secundária à onfaloflebite. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 15, n. 2, p. 94-94, 11 dez. 2017.
Seção
VII CONGRESSO PAULISTA DAS ESPECIALIDADES