A. M. Alcântara
Universidade Federal Rural de Pernambuco, Departamento de Medicina Veterinária, Laboratório de Doenças Infectocontagiosas, Recife, PE
J. O. Nascimento
Universidade Federal Rural de Pernambuco, Departamento de Medicina Veterinária, Laboratório de Doenças Parasitárias, Recife, PE
S. M. V. Barbosa
Universidade Federal Rural de Pernambuco, Departamento de Medicina Veterinária, Laboratório de Patologia Clínica, Recife, PE
D. F. Brandespim
Universidade Federal Rural de Pernambuco, Departamento de Medicina Veterinária, Recife, PE
Resumo
A inserção do residente em Medicina Veterinária na Vigilância em Saúde (VS) traz desafios a serem superados com propostas pedagógicas em construção contínua para uma maior interdisciplinaridade entre esse profissional e a saúde pública. Este trabalho analisou o processo de ensino- -aprendizagem do residente em Medicina Veterinária na área de Vigilância em Saúde por meio da percepção dos preceptores sobre seu papel na formação dos residentes, visto a ausência de relatos na literatura científica sobre o tema em questão. Por meio de uma pesquisa descritiva, foram aplicados questionários com perguntas abertas e fechadas a sete preceptores do serviço de Vigilância em Saúde do município de Jaboatão dos Guararapes, estado de Pernambuco, Brasil. Um total de nove residentes vivenciaram o serviço de saúde divididos em três grupos de três residentes cada durante um período de dois meses, sendo distribuídos nas áreas de vigilância ambiental, epidemiológica e sanitária. Entre os sete preceptores entrevistados, quatro acreditavam que sua função era estimular o residente a atuar na sua área e contribuir para sua formação; dois defenderam a inovação de metodologias no cotidiano de trabalho como principal papel de preceptoria; e um concordou com os itens mencionados somados ao aprimoramento do seu local de trabalho. Em relação aos aspectos negativos, dois relataram não ter ocorrido problemas; outros dois tiveram dificuldade em inserir os residentes nas ações desenvolvidas; enquanto um discorreu sobre a falta de conhecimento técnico do residente em saúde pública e espaço insuficiente das instalações. No aspecto relacionamento interpessoal e maior tempo de permanência dos residentes no serviço, quatro preceptores referiram a melhoraria da relação entre preceptor e residente; três citaram o cronograma de atividades melhor estabelecido; e dois, a capacitação dos profissionais de saúde e melhor recepção e orientação dos residentes. Quando questionados sobre as atividades que os residentes poderiam desenvolver na área de saúde pública, os preceptores relataram que se encaixariam na identificação, no controle e na prevenção de zoonoses, no Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), além de contribuir para uma concepção melhor em políticas de saúde coletiva. Tendo em vista que a relação entre preceptor e residente é um importante instrumento para o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem, os preceptores devem estar bem qualificados e treinados para favorecer o elo com o residente, inserindo-os nas atividades desenvolvidas e desenvolvendo o senso crítico do médico-veterinário em várias ações do âmbito da saúde pública.