G. N. R. F. Teixeira
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG
L. C. F. Martins
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG
L. O. Lecca
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG
S. T. Brandão
Centro de Controle de Zoonoses, Belo Horizonte, MG
A. S. Bussolotti
Centro de Controle de Zoonoses, Belo Horizonte, MG
A. B. V. Nunes
Centro de Controle de Zoonoses, Belo Horizonte, MG
C. V. Bastos
Universidade Federal de Minas Gerais, Departamento de Medicina Veterinária Preventiva, Belo Horizonte, MG
D. F. M. Soares
Universidade Federal de Minas Gerais, Departamento de Medicina Veterinária Preventiva, Belo Horizonte, MG
E. Bastianetto
Universidade Federal de Minas Gerais, Departamento de Medicina Veterinária Preventiva, Belo Horizonte, MG
Resumo
A infecção por protozoários do gênero Isospora é uma das causas mais comuns de diarreias, principalmente em filhotes de cães. A isosporose pode acometer tanto canídeos domésticos quanto selvagens e é bastante frequente em ambientes com alta densidade populacional, por exemplo, nos canis. Este trabalho pesquisou a presença de Isospora sp. em cães do Centro de Controle de Zoonoses de Belo Horizonte (CCZ-BH), a partir da queixa, por parte dos médicos-veterinários, de diarreia persistente nos animais alojados no setor de adoção do CCZ-BH, e também fez a proposição de um protocolo de tratamento. Foram coletadas amostras fecais dos cães instalados nos canis de adoção. Nos canis compostos pela cadela e seus filhotes, foi coletada amostra de fezes da cadela e um “pool” de material fecal dos filhotes. Nos canis onde havia apenas a presença de filhotes, foi coletada amostra única de fezes da ninhada. Após as coletas, as fezes foram guardadas em caixa de isopor para transporte e mantidas sob refrigeração para posterior contagem de ovos por grama de fezes (OPG) e oocistos por grama de fezes (OOPG) no Laboratório de Doenças Parasitárias do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais, por meio do método Mini-FLOTAC. Foram identificados oocistos de Isospora sp. Com base nos resultados, algumas sugestões foram propostas para reduzir a contaminação do ambiente, dentre elas a revisão do protocolo de limpeza dos canis, além do tratamento de todos os animais com Sulfametoxazol (200mg) + Trimetoprima (40mg), via oral, durante cinco a sete dias. Após 30 dias, as fezes dos cães foram novamente coletadas, e foi constatada a redução ou cura da parasitose nos animais que receberam o tratamento com sulfa. Nas fezes dos animais que chegaram posteriormente ao tratamento foram encontrados Isospora sp. e Toxocara canis. O resultado era esperado, já que isosporose ne toxocaríase são infestações comuns em filhotes, e os oocistos de Isospora sp. são facilmente disseminados no ambiente. O tratamento com sulfa foi eficaz e, como controle, é importante tratar e isolar os animais doentes, evitar a superpopulação e realizar a limpeza constante dos canis.