Perfil dos consumidores de produtos de origem animal no município de Pelotas, estado do Rio Grande do Sul, Brasil

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J. F. Rosa
J. C. Siebel
H. L. Gonzalez
N. D. Cereser
F. R. Pinto

Resumo

Dentre outros fatores, o comércio informal de produtos de origem animal (P.O.A.) pode ser atribuído à precariedade do sistema de produção, ao baixo nível socioeconômico dos produtores envolvidos e à falta de acesso à informação acerca da legislação ou dos riscos sanitários oferecidos pelo seu consumo. Logo, dentro desse contexto, o conhecimento do perfil de consumo dos P.O.A. assume importante função para auxiliar na orientação de estratégias de educação a serem empregadas para a informação da comunidade sobre os riscos existentes nessa prática. Durante o período compreendido entre o ano de 2015 e 2016, foram coletados dados referentes ao consumo e acesso à P.O.A. por meio de um questionário elaborado e aplicado por docentes e pós- -graduandos do curso de Medicina Veterinária, residentes em área profissional da saúde da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel). O universo amostral contou com 62 residências localizadas em um bairro de considerável vulnerabilidade socioeconômica no município de Pelotas, estado do Rio Grande do Sul, Brasil, assistidas por uma mesma Unidade Básica de Saúde (UBS) da região. De forma geral, 27% dos entrevistados relataram que costumavam adquirir P.O.A. de diversas origens diretamente com o produtor ou em feiras e, mesmo ao consumir produtos inspecionados, apenas 6% verificava as informações mais importantes constantes no rótulo, como validade, informações nutricionais e carimbo da inspeção. Ainda 50% não sabiam ou nunca ouviram falar em doenças transmitidas por alimentos (DTA). Quanto aos produtos lácteos, 92% da população afirmou que os consumia e a forma industrializada do leite e queijo foram os preferidos, com respectivamente 98% e 75% de preferência, por razões principalmente de praticidade, o que foi descrito por 58% e 45% dos entrevistados. Quanto à transmissão de doenças veiculadas por esses produtos, cerca de 52% da população não sabia ou desconhecia a sua existência, mas apenas 39% fervia o leite informal antes do consumo. Além disso, 20% das pessoas entrevistadas assumiu já ter consumido carne de caça, já o consumo de mel é realizado por 65% diretamente com o produtor e apenas 8% da população acha que este alimento pode veicular alguma doença. As informações coletadas mostraram que apenas uma pequena parte da população conhece os perigos do consumo de produtos de origem animal não inspecionados, o que reafirma a necessidade da realização de programas educativos com a finalidade de desestimular ou mesmo coibir a comercialização e aquisição de produtos de origem animal não submetidos ao controle oficial.

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Como Citar
ROSA, J. F.; SIEBEL, J. C.; GONZALEZ, H. L.; CERESER, N. D.; PINTO, F. R. Perfil dos consumidores de produtos de origem animal no município de Pelotas, estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 15, n. 3, p. 95-96, 1 mar. 2017.
Seção
VIII CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DE MEDICINA VETERINÁRIA DO COLETIVO