Análise de culturas de macrófagos infectados com Encephalitozoon cuniculli após tratamento com altas diluições de phosphorus in vitro

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M. Y. Nagai
L. C. Dalboni
T. N. Cardoso
M. S. Correia
R. S. Palombo
S. A. G. Pinto
C. P. Coelho
M. A. Lallo
G. B. Peres
L. V. Bonamin

Resumo

Encephalitozoon cuniculi (E. cuniculi) é um fungo que age como parasita intracelular e infecta diferentes tipos de células. No coelho e em animais de outras espécies imunossuprimidas, incluindo seres humanos, ele parasita tecidos neurais e causa uma síndrome neurológica muito característica (RODRÍGUEZ-TOVAR et al., 2017), cuja repertorização leva ao Phosphorus. O sucesso de sete casos clínicos de coelhos infectados naturalmente após o tratamento com Phosphorus confirmou que este medicamento é provavelmente o “gênio medicamentoso” da microsporidiose causada por esse fungo. Neste estudo, foi utilizado um modelo in vitro para colocar em evidência a relação intracelular entre macrófagos e. cuniculi após o tratamento das coculturas com diferentes potências de Phosphorus. Macrófagos RAW 264.7 foram cultivados com E cuniculi e tratados com Phosphorus 6cH, 30cH e 200cH. Os controles foram culturas não tratadas e culturas tratadas com o veículo (30% de álcool dinamizado 1:100 em água, sendo a 0,06% a concentração final de álcool). A fagocitose e a atividade do lisossoma foram avaliadas após 1 e 24 horas da incubação, com o emprego dos métodos de coloração calcofluor e alaranjado de acridina, seguidos de análise automatizada de imagens (Metamorph®). A produção de citocinas foi avaliada com o emprego do sistema MAGPIX-Luminex. Os experimentos foram realizados em triplicata. O próprio veículo pode aumentar a produção de IL6, TNF-α e MCP1 (p<0,04), reduzindo o número de fungos fagocitados (p<0,001). Um aumento transitório de RANTES (fator quimiotático para monócitos) foi visto após uma hora do tratamento com Phosphorus 200cH, seguido por aumento da atividade lisossomal, após 1 e 24 horas do tratamento (p<0,002). As características ultraestruturais dos fungos interiorizados após tratamento com Phosphorus 200cH concordam com os resultados observados na microscopia de fluorescência. Phosphorus 200cH apresentou o efeito mais evidente e específico sobre a atividade macrofágica, principalmente após 24 horas da infecção com E. cuniculi. O aumento da atividade lisossomal sugere a existência de um aumento da capacidade de digestão do parasita in vivo após um aumento transitório na produção de RANTES, que foi confirmado com a microscopia eletrônica de transmissão. O aumento transitório de RANTES pode ser fruto da monocultura: como não há linfócitos nem células NK in vitro, não há retroalimentação para que se continue a produção de RANTES. Além disso, a própria digestão dos micro-organismos limita a ativação macrofágica. O controle de qualidade de medicamentos, avaliado pelo MEV+EDS, não indicou presença de um contaminante em quantidade relevante para justificar algum efeito inespecífico do Phosphorus 200cH (CRAWFORD et al., 2011). RANTES (CCL5) é uma quimiocina expressada por muitos tipos de células hematopoiéticas e não-hematopoiéticas que desempenham papel importante na orientação e migração de células efetoras e células de memória T durante infecções agudas. Não por acaso, o receptor RANTES, CCR5, é um grande alvo de medicamentos anti-HIV, com base em bloqueio de entrada viral nas células-alvo. No entanto, os defeitos na RANTES ou receptores de RANTES CCR5 podem comprometer a imunidade para infecções agudas em modelos animais e levar à doença mais grave em seres humanos infectados com vírus do Oeste do Nilo (WNV). Em contraste, o papel da via RANTES na regulação de respostas de células T durante a infecção crônica permanece obscuro.

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Como Citar
NagaiM. Y.; DalboniL. C.; CardosoT. N.; CorreiaM. S.; PalomboR. S.; PintoS. A. G.; CoelhoC. P.; LalloM. A.; PeresG. B.; BonaminL. V. Análise de culturas de macrófagos infectados com Encephalitozoon cuniculli após tratamento com altas diluições de phosphorus in vitro. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 16, n. 2, p. 63-64, 3 dez. 2018.
Seção
8º CONGRESSO DE HOMEOPATIA VETERINÁRIA DA AMVHB