Uso de atropa belladonna como simillimum em um gato com suspeita de síndrome de hiperestesia felina

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A. P. G. Amorim
M. F. A. Souza
K. B. Brum

Resumo

A hiperestesia felina é uma síndrome de difícil diagnóstico, cuja causa e patogenia são desconhecidas. Alguns autores atribuem seu desencadeamento a uma convulsão focal, outros a uma hiperinervação dopaminérgica (semelhante à síndrome de Tourette em humanos), a alterações comportamentais (BEAVER, 2003), ou mesmo a problemas dermatológicos, como a dermatite alérgica à picada de pulgas (MOLINER; STEVERS, 2013). A hiperestesia felina se manifesta por perseguição da cauda, lambedura ou mordedura excessiva em região lombar, anal ou caudal, tremulação da pele, espasmos ou fasciculações musculares, vocalização exacerbada, comportamento de correr ou pular incontrolavelmente, possíveis alucinações e midríase (MARIONI-HENRY et al., 2016; MOLINER; STEVERS, 2013). O tratamento inclui medicações anti-inflamatórias, benzodiazepínicos, inibidores seletivos da receptação da serotonina, anticonvulsivantes e antidepressivos tricíclicos. A síndrome apresenta prognóstico reservado, uma vez que depende da evolução do quadro. Este trabalho foi delineado para devolver equilíbrio a um paciente funcional que vinha sofrendo desordens sensoriais. Paciente Margarida, felina, sem raça definida, castrada, quatro anos de idade, de temperamento nervoso e hiperativo, foi consultada em 21 de junho de 2016 pois vinha apresentando comportamento anômalo havia um mês. Assustava-se e saia correndo, buscando esconder-se. Procurava muito as janelas durante as crises. Mostrava-se incomodada, agitada, mexia as orelhas, bigodes, lambia patas, dorso, apresentava muitos rolamentos da musculatura dorsal, como se estivesse sendo cutucada, saia correndo e se escondia. Nesses momentos, ficava mais agressiva. A proprietária relatou não ter percebido nada que pudesse ter desencadeado as crises. Nos três dias anteriores à consulta, estava apresentado os sintomas continuamente, ficando muito tempo escondida. Tinha ciúmes da mãe da tutora, que era a única pessoa que podia tocá-la, porém, ultimamente, mostrava-se arredia também com a tutora. Na anamnese, foi relatado que a gata sempre teve temperamento irritadiço, era tensa, assustava-se com barulhos ou com pessoas estranhas, não gostava de ser tocada, bebia muita água, chegando a pedir para abrirem as torneiras. Repertorização: inquietação, crianças, hiperativas; impulso, fugir, correr; desejo, esconder; ciúme, ciumento, invejoso; aversão, tocado, ser.

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Como Citar
AmorimA. P. G.; SouzaM. F. A.; BrumK. B. Uso de atropa belladonna como simillimum em um gato com suspeita de síndrome de hiperestesia felina. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 16, n. 2, p. 84-85, 3 dez. 2018.
Seção
8º CONGRESSO DE HOMEOPATIA VETERINÁRIA DA AMVHB