Fatores determinantes da frequência e qualidade das notificações de doenças vesiculares dos ruminantes no Mato Grosso do Sul
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Resumo
O Mato Grosso do Sul é reconhecido como Estado livre da febre aftosa com vacinação. A manutenção e a credibilidade dessa condição sanitária dependem da existência de um sistema de vigilância eficiente, no qual se inclui a notificação regular de suspeitas de enfermidades vesiculares. No entanto, o número de notificações é muito baixo no Estado, tornando difícil a avaliação da sensibilidade dessa atividade de vigilância. O presente trabalho teve como objetivo identificar fatores que determinam a qualidade e quantidade de notificações de doenças vesiculares no Mato Grosso do Sul, sobretudo aqueles relacionados à percepção dos atores sociais participantes do processo. Inicialmente, realizaram-se 19 entrevistas exploratórias, com perguntas abertas, dirigidas a funcionários de frigoríficos e do Iagro, a funcionários de lojas veterinárias, a propriedades rurais, a assentamentos e a veterinários particulares, as quais foram submetidas à análise lexical pelo software Alceste. A análise lexical revelou que os entrevistados conhecem os sinais clínicos da doença, mas tendem a procurar terceiros antes de notificar algum evento suspeito. A maioria compreende também a rápida difusão e impacto econômico da febre aftosa. Os pecuaristas reconhecem a competência do serviço veterinário oficial, mas julgam que faltam meios de ação à defesa sanitária do Estado. Esses resultados fundamentaram a elaboração de um questionário que serviu de base a um inquérito por amostragem envolvendo os municípios de Rio Verde de Mato Grosso, Três Lagoas, Dourados, Eldorado e Ponta Porã. Os resultados indicaram que o conhecimento sobre a doença está associado ao grau de escolaridade. A falta de conhecimento sobre diagnósticos diferenciais contribui para que a frequência de notificação de suspeita seja baixa. Ficou evidente o papel-chave que o veterinário particular pode ter em uma notificação de suspeita, já que os pecuaristas e seus funcionários tendem a procurá-lo antes de chamar o serviço veterinário oficial. Os produtores rurais entendem que a vigilância de febre aftosa é papel das autoridades públicas, não reconhecendo a sua própria importância como sensor do sistema. Em conclusão, o Sistema de Vigilância da Febre Aftosa deve aumentar a frequência de notificações de suspeitas de doenças vesiculares, melhorando a conscientização e participação de produtores, trabalhadores rurais e veterinários quanto à importância da manutenção níveis altos de alerta, aprimorando-se a compreensão do processo de notificação e os registros das ações tomadas.
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