Inquérito sorológico da infecção pelos lentivírus de pequenos ruminantes em rebanhos de caprinos e ovinos de quatro mesorregiões do Estado do Ceará, Brasil
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Resumo
O Brasil possui um grande potencial de mercado para os produtos derivados de caprinos e ovinos, apresentando condições favoráveis para a produção de alimentos de alto valor biológico e pele de excelente qualidade. Apesar da dimensão territorial e das condições ambientais propícias ao desenvolvimento da atividade, altos índices de mortalidade e morbidade têm sido observados no rebanho brasileiro de pequenos ruminantes. Estudos epidemiológicos para avaliação de riscos e impacto das enfermidades são limitados pela falta de dados relativos registrados nos criatórios de caprinos e ovinos do Brasil e pelo desconhecimento da sua real situação zoossanitária. O objetivo deste estudo foi determinar a prevalência da artrite-encefalite caprina (CAE) e da maedivisna em quatro mesorregiões do Estado do Ceará (região metropolitana de Fortaleza, Norte, Noroeste e Sertões Cearenses). Foram coletadas amostras de sangue de 710 caprinos e 840 ovinos pertencentes a 59 propriedades distribuídas em 17 municípios do Estado (Horizonte, Aquiraz, Caucaia, Eusébio, Pacajus, São Gonçalo do Amarante, Beberibe, Canindé, Santa Quitéria, Granja, Sobral, Parambu, Tauá, Independência, Quixadá, Quixeramobim e Banabuiú) A coleta de sangue foi realizada no período de julho de 2010 a abril de 2011. As amostras de soro foram testadas quanto à presença da infecção pelos lentivírus de pequenos ruminantes, através da técnica de imunodifusão em gel de ágar, utilizando-se o kit de diagnóstico para CAEV, com antígeno CAEV Cork, produzido na Embrapa Caprinos e Ovinos. Na mesorregião Metropolitana de Fortaleza, 13,5% (24/178) dos caprinos avaliados apresentaram resultado positivo para CAE, sendo que 89% (8/9) das propriedades estavam infectadas. No Norte Cearense, 11,25% (9/80) dos caprinos foram identificados como soropositivos. Nesse caso, 50% (2/4) das propriedades avaliadas estavam infectadas. Já nas mesorregiões do Noroeste e dos Sertões Cearenses, a prevalência da CAE foi menor que 0,5% (1/218) e 0% (0/234), respectivamente. Nenhum dos ovinos avaliados neste estudo apresentou resultado positivo para maedi-visna. A mesorregião metropolitana de Fortaleza e o Norte cearense são importantes bacias leiteiras do Estado. A alta ocorrência da CAE nessas mesorregiões pode ser explicada pela grande concentração de animais especializados para a produção leiteira e predominância do sistema intensivo de criação. Diferentemente da CAE, o vírus da maedi-visna encontra-se menos disseminado no Brasil, provavelmente pelo tipo racial do rebanho envolvido no estudo (animais nativos, mestiços ou sem raça definida) e pelo sistema extensivo de criação prevalente no Estado. Nesse sentido, fica explícita a necessidade de implantação de um programa de controle das lentiviroses de pequenos ruminantes no País para controlar a disseminação do agente no rebanho nativo brasileiro.
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