Linfociste em paru (Pomacanthus paru): Relato de caso
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Resumo
A doença linfocística ou linfociste, causada por iridovírus do gênero Lymphocystivirus, ocorre em pelo menos 125 espécies de teleósteos pertencentes a 34 famílias de água doce e salgada. A doença, de aspecto verrucoso, produz lesão proliferativa crônica e geralmente benigna dos fibroblastos. É transmitida por contato direto e pode ser facilitada por lesões na pele, transporte, manipulação ou estresse. Este trabalho tem por objetivo relatar o diagnóstico de linfociste no peixe marinho Pomacanthus paru, conhecido popularmente como paru. Um fragmento de aproximadamente 0,5 cm3 de biópsia de nadadeira peitoral da espécie Pomacanthus paru, com coloração branca acinzentada, consistência firme e fixada em formol 10%, foi recebida pelo laboratório para análise. O fragmento foi incluído para histopatologia e corado pela técnica de H&E. A microscopia óptica evidenciou a presença de fibroblastos hipertrofiados (diâmetro x 500 μm) circundados por cápsula hialina, corpos de inclusão basofílicos na periferia de seu citoplasma, alguns núcleos em lise e necrose no interior do cisto. Ao redor dos fibroblastos, havia presença de infiltrado inflamatório mononuclear difuso com predominância de linfócitos. O achado é sugestivo de doença linfocística, mas é necessário atentar-se para o diagnóstico diferencial com a epiteliociste, pois as características morfológicas macroscópicas de ambas são semelhantes, apenas com pequenas diferenças como a infecção dos fibroblastos dérmicos, a presença de inclusões irregulares e núcleo não deslocado presentes na linfociste e ausentes na epiteliociste. Em relação à localização das lesões, na epiteliociste, pode ocorrer em pele e brânquias e, na linfociste, as citações que não na pele e nadadeiras são raras. O tratamento consiste em remoção cirúrgica do tecido afetado, podendo ocorrer recidivas. A taxa de mortalidade dessa doença é baixa, porém é indesejável em peixes ornamentais pelo impacto estético, além da possibilidade de ocorrerem infecções secundárias.
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