Avaliação do programa de atendimento antirrábico a pessoas envolvidas em agravos com animais no município de Descalvado, São Paulo, Brasil

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A. P. R. Grisólio
K. P. Bürger
R. R. Souza
J. O. R. Nunes
M. A. C. Picinato
F. C. Moraes
D. F. R. Frias
M. A. Machado
M. A. Bichuette
A. A. B. Carvalho

Resumo

No Brasil, a raiva urbana encontra-se controlada na maioria dos estados, porém o número de tratamentos profiláticos pós-exposição efetuados em decorrência do envolvimento de pessoas em acidentes com cães ou gatos ainda é elevado. Este trabalho objetivou avaliar os registros de profilaxia antirrábica humana pós-exposição no Município de Descalvado/SP, no período de 2005 a 2009. Para tanto, foi realizado, em parceria com a Secretaria de Saúde do Município, um levantamento de casos registrados nas fichas de investigação de atendimento humano pós-exposição, com informações provenientes do SINAN (Sistema de Informação de Agravos e Notificações). Esses dados foram tabulados no software Microsoft Excel 2007® e analisados em tabelas e gráficos. Nos resultados de 752 casos notificados destacou-se no ano de 2005 o elevado número de pessoas que procuraram atendimento médico. Os maiores agravos (75% dos casos) foram registrados na zona urbana, o que indica que a maioria dos agressores eram domiciliados. A faixa etária com mais acidentes foi de 0-15 anos, com 245 agravos. Fato explicado pela intensa atividade das crianças. Para o sexo masculino, 53% dos acidentes, na faixa etária de 31-45 anos. Com relação ao animal, 85% dos agravos foram causados por cães e 9,4%, por gatos. Ainda, 46,8% dos cães e 33,8% dos gatos envolvidos nos acidentes foram declarados vacinados no momento da agressão. No entanto, há falhas de preenchimento do campo relacionado a vacinas nas fichas de notificação. Para os cães, 39,15% delas estavam incompletas e, para os gatos 46,47%. Em 70,6% dos casos, o animal foi declarado sadio no momento do agravo e 85,3% mantiveram-se sadios durante o período de observação; no entanto, 29,4% das fichas estavam incompletas com relação a esta informação. Por fim, 553 (73,54%) pessoas envolvidas nos acidentes foram submetidas à profilaxia com uso de vacinas, e os casos conduzidos apenas com a observação do animal, ou seja, sem instituição de vacina, foram 199 (26,5%). Com relação ao soro antirrábico, foi indicado para 70 pessoas (9,3%). Os resultados indicam que a instituição de profilaxia pós-exposição, na maioria dos casos, foi feita com base apenas na caracterização dos acidentes, não se levando em consideração a condição epidemiológica da área e nem a condição do animal no momento do agravo. É visível a necessidade da atuação de forma integrada entre os serviços médico e médico veterinário na conduta do atendimento e da capacitação dos demais profissionais envolvidos no tema, o que favorece a correta aplicação do tratamento antirrábico pós-exposição.

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Como Citar
GRISÓLIO, A. P. R.; BÜRGER, K. P.; SOUZA, R. R.; NUNES, J. O. R.; PICINATO, M. A. C.; MORAES, F. C.; FRIAS, D. F. R.; MACHADO, M. A.; BICHUETTE, M. A.; CARVALHO, A. A. B. Avaliação do programa de atendimento antirrábico a pessoas envolvidas em agravos com animais no município de Descalvado, São Paulo, Brasil. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e Zootecnia do CRMV-SP, v. 11, n. 1, p. 46-46, 11.
Seção
RESUMOS RITA