Detecção de polimorfismos do gene da proteína priônica no rebanho ovino nacional: métodos e aplicabilidade à seleção para resistência ao Scrapie
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Resumo
Scrapie ou paraplexia enzoótica dos ovinos é uma doença neurodegenerativa fatal que acomete ovinos e raramente caprinos. O agente causador é chamado de príon (PrPSC), uma forma alterada da proteína priônica normal (PrPC). A PrPCestá presente na membrana celular de diversas células dos animais, principalmente no SNC. A infecção pelo PrPSCpode ocorrer mais comumente por três formas: hereditariedade, consumo de alimentos oriundos de animais portadores da PrPSC ou por eventuais polimorfismos. Os polimorfismos ocorrem nos códons 136, 154 e 171 do gene PRNP, que é o responsável pela síntese da proteína priônica. Os animais podem ser susceptíveis ou resistentes, de acordo com as sequências alélicas observadas nos referidos códons. São considerados altamente susceptíveis ao scrapie, animais que apresentem no seu genótipo a combinação VRQ para o gene PRNP, independente do outro alelo. São considerados como susceptíveis ao scrapie, ovinos que apresentem no seu genótipo a combinação alélica ARQ, AHQ, ou ARH para o gene Prnp. São considerados resistentes ao desenvolvimento de scrapie os ovinos que apresentem no genótipo dois alelos ARR. No Brasil, ocorreram apenas casos de animais que foram importados, sendo o País considerado livre da doença. Neste trabalho, foi realizada a genotipagem dos diferentes polimorfismos associados ao desenvolvimento do Scrapie e a categorização em animais susceptíveis e resistentes. Foram sequenciadas 118 amostras provenientes de ovinos nacionais da raça Santa Inês. Dessas amostras, foram identificados seis alelos e 11 genótipos (ARQ/ARQ, ARR/ARQ, ARQ/ AHQ, ARQ/VRQ, AHQ/AHQ, ARR/ARR, ARR/AHQ, VRQ/VRQ, ARQ/TRQ, TRR/TRR, TRQ/TRQ), dentre os quais o genótipo ARQ/ARQ teve prevalência de 56,7%. Apenas 1,69% das amostras analisadas possuem o genótipo ARR/ ARR, considerado resistente à doença. Em nove amostras, pôde ser observada a presença da Tirosina no códon 136, culminando com os seguintes genótipos: A/T e T/T. Até o presente momento, esses polimorfismos só foram descritos em publicações internacionais e são considerados como observações raras. Esse é o primeiro relato nacional e o primeiro relato envolvendo a raça Santa Inês. O efeito na susceptibilidade ou resistência nos animais portadores da homozigose T/T no códon 136 ainda não esta totalmente elucidada, já a heterozigose A/T não altera a susceptibilidade à doença. Esses resultados apresentam grande variabilidade genética relacionada à raça Santa Inês e a baixa frequência do alelo ARR no rebanho nacional demonstra que programas de melhoramento genético envolvendo a raça Santa Inês devem ser adotados para aumentar a resistência ao desenvolvimento da doença.
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