Aplasia uterina, agenesia ovariana e feto ectópico mumificado associados ao prolapso uterino na gata – Relato de caso
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Abstract
A aplasia uterina, a agenesia ovariana, o feto ectópico mumificado e o prolapso uterino são raras em animais de companhia, principalmente nas gatas. As duas primeiras são alterações no desenvolvimento do sistema reprodutor feminino, consideradas como defeitos congênitos. A aplasia uterina ocorre devido a uma falha no desenvolvimento do ducto de Müller e a agenesia ovariana é muitas vezes associada a genes recessivos. Na gestação ectópica, o feto se desenvolve fora do útero e na maioria dos casos ocorre a mumificação devido à ausência de aporte sanguíneo. Já o prolapso uterino ocorre durante ou até 48 horas após o parto. Uma gata SRD, com sete anos de idade e plurípara, foi encaminhada para o Serviço de Reprodução do Hospital Veterinário da FMVZ (Unesp, Botucatu/SP), devido à prostração e prolapso uterino. O proprietário não sabia afirmar se o animal estava gestante, mas relatou um aumento progressivo do volume abdominal. A mucosa uterina apresentava-se edemaciada, desvitalizada, com pontos de necrose e presença de miíase. A palpação abdominal revelou uma estrutura arredondada rígida e na ultrassonografia foi visibilizado o deslocamento caudal dos rins, mas não foi registrada a presença de fetos. Em razão de mucosas pálidas, hipotermia e hipotensão, foi tentada a estabilização do animal, mas ele veio a óbito após uma parada cardiorrespiratória. Durante a necropsia do animal, foram observadas a aplasia do corno uterino e agenesia do ovário, ambos do lado esquerdo, associadas a uma gestação ectópica, onde dois fetos mumificados estavam aderidos ao epíplon. Outros achados, como a intensa infestação por cestoda, enterite mucoide e metrite necro supurativa, contribuíram para a causa mortis do animal por choque séptico. O prolapso uterino possui causas variadas como: atonia uterina, flacidez do ligamento mesovariano, fetos grandes, separação incompleta das membranas placentárias ou contrações uterinas excessivas. Na literatura, animais apresentando prolapso superior a seis horas acabam apresentando sinais de choque séptico ou hipovolêmico, mesmo que não haja a ruptura do ligamento e vasos ovarianos, tornando-se, portanto, uma afecção de caráter emergencial. A gestação ectópica e os defeitos de desenvolvimento são fenômenos raros, cujos sinais clínicos são de graus variados ou ausentes, podendo aparecer também apenas como baixa fertilidade.
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