Miosite muscular mastigatória atrófica em um cão sem raça definida
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Abstract
A miosite muscular mastigatória é um distúrbio neuromuscular adquirido imunomediado caracterizado pela produção de anticorpos humoral direcionados contra fibras tipo 2M que constituem a musculatura responsável pela mastigação, o que justifica a limitação da doença apenas a estes músculos. A forma aguda da doença, também conhecida por miosite eosinofílica, tem como apresentação clínica dor, edema local, disfagia e sialorréia. Já a forma crônica, denominada também de miosite atrófica ou miodegeneração cranial, manifesta progressiva atrofia bilateral e simétrica dos músculos masseter, temporal e pterigóide, com evolução clínica a trismo mandibular. Um cão, sem raça definida, macho, de três anos de idade, pesando 8,40 kg, foi atendido com histórico de perda de musculatura facial, disfagia e dificuldade em latir há quinze dias. Proprietário relatava evolução rápida sem qualquer sinal prévio de dor aguda. Ao exame físico, constatou-se acentuada atrofia apenas de músculos masseter e temporal bilateral, sem sensibilidade dolorosa, porém, com abertura restrita de cavidade oral. Foram coletadas amostras para hemograma, aspartato aminotransferase (AST), creatina-quinase (CK) e sorologia para toxoplasmose e neosporose. Somente a CK apresentouse alterada, com um valor de 80UI/L. Realizou-se biópsia por punch de músculo masseter bilateral cujo diagnóstico revelou degeneração Walleriana discreta, associada à miosite necrosante crônica. Terapia imunossupressora foi instituída utilizando-se prednisona na dose de 2mg/kg e omeprazol em 1mg/kg, uma vez ao dia, durante um mês, com redução gradativa, totalizando seis meses de acompanhamento. O paciente respondeu favoravelmente após o início do tratamento e em torno de quinze dias já havia retornado a abrir a boca, facilitando sua alimentação. O diagnóstico histopatológico é a principal técnica usada para caracterização diagnóstica e permite a orientação do clínico quanto à natureza do processo, ou seja, se este é inflamatório ou infeccioso. Em alguns casos, a forma aguda da doença não é detectada e os animais são atendidos já na fase crônica, sendo fator prognóstico desfavorável, uma vez que a resposta a corticoterapia em geral é rápida e completa se o tratamento for estabelecido precocemente.
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