Toxoplasmose ou neosporosecanina? relato de caso
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Abstract
O gato é o hospedeiro defi nitivo de T. gondii, enquanto o cão se constitui em hospedeiro intermediário, de importância epidemiológica por atuar como sentinela da infecção para os humanos. No cão a infecção é em geral benigna e inaparente. Em raros casos, principalmente nos animais imunossuprimidos, há comprometimento de múltiplos sistemas e órgãos, com o desenvolvimento de febre, vômito, diarréia, dispnéia, icterícia, ataxia, convulsão, tremores, déficits de nervos craniais, paresia e paralisia. A localização muscular do parasito é responsável por alterações e rigidez de marcha, acompanhadas de atrofia muscular e mialgia. As alterações neuromusculares observadas na toxoplasmose são semelhantes às observadas na infecção por Neosporacaninum. O diagnóstico diferencial entre ambas as infecções pode ser realizado por meio de testes sorológicos específi cos, como a reação de imunofluorescência indireta (RIFI).Recomenda-se o uso de clindamicina, na dose de 10 a 12mg/kg/BID, por VO, no mínimo por quatro semanas, para o tratamento de ambas as infecções. Relato de Caso: Cão, fêmea, da raça Dogue Alemão, de 3 anos de idade, residente em uma chácara na região metropolitana de São Paulo, foi apresentada com o histórico de paresia progressiva de membros pélvicos com evolução de aproximadamente 20 dias, durante o qual já havia sido medicado com AINEs, corticosteróide, antimicrobianos, incluindo doxiciclina e há sete dias, hiporexia, retenção urinária, êmese e fezes enegrecidas. Mucosas hipocoradas, febre, mialgia, atrofia muscular na região da cabeça, pelve e membros pélvicos, dificuldade para se manter em estação, marcha rígida, reflexo do panículo aumentado em região tóraco-lombar e reduzido em região sacral, reflexo de dor superficial diminuído em membros pélvicos, hepatomegalia, anemia regenerativa, leucopenia, e trombocitopenia foram as alterações clínicas e laboratoriais observadas. O teste de IFI foi negativo para T. gondii (título<16) e positivo para N.caninum(título=100) o que sugeriu a possibilidade de se tratar da infecção pelo último agente. Foi instituído o tratamento comclindamicina, na dose de 11 mg/kg/BID por oitosemanas. A titulação de anticorpos para ambos os agentes foi realizado em trêsocasiões, observando-se pico de anticorpos anti-T. gondii(título<=4.096)dois meses após o início do tratamento, o mesmo não ocorrendo com o título de anticorpos anti-N.caninum. Quatro meses apóso animal se encontrava totalmente recuperado, com anticorpos residuais anti-T. gondii (título<=1024). Conclusão: A avaliação sequencial do título de anticorpos permitiu neste caso estabelecer o diagnóstico de toxoplasmose.
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