Fraturas de pelve em pequenos animais: estudo retrospectivo (2001 a 2012)
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Abstract
Nos pequenos animais, as fraturas de pelve são frequentes e contabilizam de 20% a 30% do total de atendimentos, não existindo predisposição para raça, idade ou sexo. As causas mais comuns de fratura de pelve são os atropelamentos, quedas, lesões por arma de fogo ou como consequência de doenças metabólicas e neoplásicas. Este estudo foi conduzido a partir do levantamento dos atendimentos realizados em pequenos animais com fraturas pélvicas, ocorridos no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Lavras (HV- UFLA) no período de janeiro de 2001 a dezembro de 2012. Foram incluídos 92 animais com diferentes tipos de fraturas pélvicas, sendo 85 cães e sete gatos. Retrospectivamente, foram avaliados o histórico clínico, o agente causador da lesão, os tipos de lesões pélvicas, o tempo decorrido do trauma ao atendimento, e o tratamento utilizado em cada caso, ou seja, intervenção cirúrgica ou terapia conservativa. Os resultados mostraram que os atropelamentos por veículos automotores representaram a maior causa das fraturas (93,5%), as outras foram 2% por queda de altura elevada, 1% por coice de bovino e as demais por causas desconhecidas. O número de fraturas nos ossos da pelve foi elevado porque comumente ocorreram fraturas múltiplas nesta estrutura. Os ossos mais comumente fraturados foram púbis (44,6%), ílio (42,4%) e ísquio (30,4%). As fraturas acetabulares foram observadas em 15,2% dos casos e a luxação sacroilíaca foi observada em 28,2%. Em 10,9% dos casos o atendimento ocorreu em até 24 horas após o trauma. Outros 32,6% dos animais foram atendidos entre 24 e 48 horas depois de ocorrida a lesão. Um total de 19,6% dos atendimentos entre 48 e 72 horas, enquanto que 13% ocorreram entre 72 e 96 horas. Os animais atendidos após 96 horas corresponderam a 23,9% dos pacientes. Foi observado que o intervalo entre a ocorrência do acidente e o atendimento não alterou no resultado da recuperação dos animais, porém foi importante na decisão de se instituir ou não um tratamento conservativo. Neste estudo, o tratamento conservativo foi realizado em 85,9% dos animais e consistiu de repouso, administração de anti-inflamatório não esteroidal e, em alguns casos, utilização de catárticos. Do total de pacientes reavaliados, 86,25% tiveram completa recuperação da capacidade de deambulação. Portanto, concluímos que o tratamento conservador mostrou ser eficaz na recuperação da maioria dos animais com fraturas de pelve, entretanto, é necessária uma avaliação cuidadosa de cada caso de fratura pélvica para se instituir a terapêutica adequada.
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