Lesões macroscopicas associadas à vibriose em tilápias do nilo (Oerochromis niloticus)
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Abstract
Tilápias são cultivadas em 80% do território brasileiro, ocorrendo, na maioria das vezes, em locais onde é difícil estabelecer o diagnóstico laboratorial, o que torna o exame clínico importante na comprovação da doença e no controle das ictiopatologias. Os peixes podem ser hospedeiros assintomáticos, abrigando patógenos que podem proliferar em caso de alteração nas condições ambientais ou do hospedeiro. Avaliaram-se tilápias (Oerochromis niloticus) cultivadas em Pernambuco quanto à frequência de lesões macroscópicas naquelas com vibriose comprovada por bacteriologia. Realizaram-se exames clínicos, necropsias e análises laboratoriais para averiguação macroscópica das lesões e definição do provável agente etiológico, no Laboratório de Sanidade de Animais Aquáticos/UFRPE e no Centro de Desenvolvimento e Difusão de Tecnologia em Aquicultura/UNEB. Em 67 peixes examinados clinicamente observaram-se olhos normais 73.14%; olhos opacos 10.45%; exoftálmica 8.95%%; hemorrágicos 2.98%; cegos 2.98% e ausentes 1.49%. Da pele dos 69 peixes examinados, 65.22% não mostraram alteração; 11.59% apresentaram grave perda de escamas; escoriações em 7.25%; 5.80% com leve perda de escamas; 4.35%com hemorragias; 4.35% com úlceras e 1.45% escurecida. As brânquias (73amostras) apresentaram-se normais em 71.23%; unidas 12.33%; anêmicas em9. 59% e congestas em 6.85%. Nadadeiras normais em 52.0%, com erosão grave sem hemorragia em 17.81%; erosão com hemorragia em 17.81%; leve erosão em 10.96% e deformadas em apenas 1.37%. Os opérculos foram considerados como inalterados em 63.01%; congestos em 19.18%; com escoriações em 9.59%%; deformados em 4.11% e hiperêmicos em 4.11%. Quanto à necropsia, foi observado que 12.33% dos peixes apresentaram ausência de gordura corporal; 35.62%menos que 50% de gordura corporal; 12.33% mostraram 50% de gordura visceral; 30.14% mais do que 50% de gordura visceral e 9.59% quase 100% de gordura visceral no celoma. Em relação à coloração, o baço mostrou-se preto em36. 99%, normal em 36.99%, vermelho em 17.81%, pálido ou atrofiado em 2.74%e noduloso ou aumentado em apenas 1.37% . Intestinos levemente inflamados em 94.44% ou com inflamação severa em 5.56% dos peixes necropsiados. O rim sem alteração ocorreu em 94.52% dos peixes e intumescido em 2.74%ou friável em 2.74%. Fígado normal em 54.79%, friável em 27.40%, pálido em9. 59%, noduloso em 5.48% e descolorido em 2.74%. Das 73 amostras, 30 foram positivas, além disso, foram identificadas 13 espécies de vibrios: V. natriegens, V. metschnikovii, V. halioticoli, V. fischeri, V. mimicus, V. diabolicus, V. furnissi, V. cholerae O1, V. scophthalmi, V. proteolyticus, V. argarivorans, V. ordalii e Vibriospp. Algumas lesões observadas são condizentes com a vibriose, apesar da maioria das espécies de víbrios isoladas não ser considerada patogênica para os peixes (ambientais), sendo indicativo de oportunismo.
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