Estudo de viabilidade da plasmaférese automatizada em canino: relato de procedimento
Main Article Content
Abstract
As plasmaféreses são raramente realizadas em cães com o propósito restrito de produção de vacinas e plasmas hiperimunes. O procedimento ainda é utilizado de forma manual, sendo que o procedimento automatizado ainda não foi descrito para a espécie, porém demonstrado com sucesso em equinos. O objetivo deste trabalho foi avaliar a viabilidade da realização de plasmaférese automatizada na espécie canina com equipamento Fresenius modelo AS104, acoplando-se o KIT PL1, simulando a substituição total do plasma circulante, considerando a necessidade de uma plasmaférese terapêutica, avaliando intercorrências trans-procedimento, tempo de coleta, volume de plasma obtido e volume de sangue processado. Foi selecionada uma cadela da raça Pastor alemão, três anos, pesando 26kg. Para realização do procedimento foram utilizados dois acessos venosos no animal: veia jugular esquerda, denominada de via de coleta e veia safena esquerda representando a via de reinfusão, após prévia tranquilização intravenosa com diazepan (0,2mg/kg) e quetamina (10 mg/kg). A separação do plasma ocorreu por via automatizada com o aparelho descrito, coletando o plasma por centrifugação a 671 g e reinfundindo os hemocomponentes. O animal foi monitorado durante o procedimento, sendo controlada a diurese, mensuração da pressão arterial, tempo de preenchimento capilar, frequência cardíaca e respiratória. Foi preconizada a retirada do plasma circulante total, considerando-se o volume sanguíneo total de 8% do peso vivo e Ht de 36% (mensuração pré-aférese), o que proporcionou a coleta de até 1331,20ml. O volume total de plasma coletado foi de 1250ml, tendo sido processado um volume de 2139ml de sangue total, em um tempo de 42 minutos. Concomitante à retirada do plasma, foram infundidos na paciente 500ml de solução Ringer Lactato, 250ml de soro fisiológico e 500ml de expansor plasmático (Oxiplogelatina a 5,5%). A paciente não apresentou manifestação anafilática, tal como prurido, pápulas, inchaço nos olhos, blefaroespasmo, lacrimejamento, tremores ou estertores nas vias aéreas. A plasmaférese automatizada em cães é possível e viável com o equipamento Fresenius modelo AS104. São necessárias novas pesquisas para a padronização da técnica e indicações de plasmaféreses terapêuticas.
Article Details
1. Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho licenciado sob a Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional
2. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusica da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
3. Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios instituicionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre);