Amputação de membro pélvico de cachorro-do-mato (cerdocyon thous) devido à osteomielite pós cirurgia de correção de fratura – relato de caso
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Abstract
É relatado o tratamento clínico cirúrgico em um cachorro-do-mato (Cerdocyon thous) pós-fratura exposta de tíbia e fíbula do membro posterior esquerdo. Foi encaminhado pela Polícia Ambiental ao Hospital Veterinário da Faculdade Pio Décimo, Aracaju-SE, um espécime de cachorro-do-mato (C. thous), macho, aparentemente jovem, com 4,3kg, vitimado de atropelamento. Ao exame clínico, foi constatada fratura exposta em tíbia e fíbula. Terapeuticamente, o animal recebeu Meloxican (0,2mg/kg, SC) e Enrofloxacina (5mg/kg, IM) e procedeu-se a imobilização do membro por meio de tala ortopédica. Recomendou-se a realização de cirurgia corretiva, realizada com o auxílio de indução anestésica com Propofol (5mg/kg, IV) e anestesia epidural com Lidocaína (2mg/kg) e Morfina (0,1mg/kg). A manutenção anestésica foi realizada com Isofluorano diluído em oxigênio a 100%. Para a fixação do membro, foi utilizado fixador externo tipo Tie In na tíbia. Como terapia medicamentosa pós-cirúrgica foi utilizada Cefalotina (30mg/kg, IV) durante quinze dias, Meloxican (0,1mg/kg, SC) por cinco dias e pomada Ganadol ®tópica na ferida cirúrgica, diariamente. Após vinte dias da cirurgia, foi verificada a presença de secreção purulenta nos pinos do fixador externo e hipertermia do membro afetado. A radiografia evidenciou osteomielite e rejeição ao implante, apesar dos fragmentos ósseos estarem adequadamente alinhados, sendo realizada a retirada dos pinos. Optou-se pela mudança da terapia, passando-se a utilização de Metronidazol (15mg/kg, IV) por quatro dias, enrofloxacina (5mg/kg IM) durante quinze dias e imobilização do membro. A retirada dos curativos pelo animal e o comportamento agitado em cativeiro produziu nova fratura de tíbia e fíbula. Com 25 dias após a retirada dos pinos, uma nova radiografia foi realizada e constatou que a osteomielite ocasionou osteólise cerca de 2cm acima da região da fratura original. Com o membro comprometido, optou-se pela amputação com osteotomia em terço proximal de fêmur. No pós-operatório, foram utilizadas a enrofloxacina (5mg/kg IV) durante sete dias, a morfina (0,5mg/kg IM) por dois dias e a meloxican (0,1mg/Kg SC) por três dias. O animal apresentou boa adaptação à ausência do membro. A primeira técnica cirúrgica adotada não foi satisfatória, visto que o animal apresentou osteomieliete e posteriormente, a necessidade de realização de um novo procedimento cirúrgico para a amputação do membro afetado. A agitação do animal relevou-se um agravante para sua reabilitação, uma vez que provocou nova fratura. O procedimento contribui para o bem-estar do animal e conservação da espécie.
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