Pesquisa sobre o uso animais medicinais na comunidade de Várzea-Alegre em Quixeré, Ceará, Brasil – resultados preliminares
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Abstract
O presente trabalho teve o intuito de detalhar o uso terapêutico dos animais ou partes deles (gordura, sangue e/ou carapaças) no tratamento de enfermidades ou como imunoestimulante na medicina popular, a fim de valorizar esse campo pouco difundido e enriquecer a medicina alternativa. O estudo foi desenvolvido na Comunidade de Várzea Alegre, Zona Rural do Município de Quixeré, Ceará, onde aproximadamente um terço dos habitantes tem como principal fonte de renda a agropecuária. A coleta de dados foi efetuada por meio da aplicação de um roteiro estruturado submetido à cerca de nove famílias, no período de dezembro de 2012 a janeiro de 2013, buscando um levantamento sobre o percentual de utilização dos animais no uso medicinal da região, bem como o consenso sobre as propriedades terapêuticas atribuídas aos mesmos. O resultado obtido revelou que 33,33% dos participantes já utilizaram animais na terapia de enfermidades, onde a principal substância citada foi a gordura animal, proveniente da galinha ou do tejo, na forma de óleo, para consumo ou lavagem bucal no tratamento de afecções como gripe e inflamações na garganta, sendo aprovada sua eficácia pelos entrevistados. Dos entrevistados, 66,66% afirmaram que nunca utilizaram animais ou seus subprodutos como fonte medicinal. Além disso, dentro deste segundo grupo, 11,11% dos entrevistados afirmaram não criar animais e confirmaram não utilizar resíduos animais para tratamento de enfermidades em outras espécies animais, recorrendo sempre à assistência veterinária. Os estudos preliminares sobre a comunidade de Várzea-Alegre demonstraram a desvalorização do conhecimento popular, interferindo na transmissão e preservação da cultura regional, negligenciando também a medicina alternativa. Desta forma, observa-se a necessidade de reafirmar a importância dos recursos biológicos na terapêutica das doenças, bem como o desenvolvimento de pesquisas confirmando seu valor medicinal, agregando valor aos recursos existentes na produção e fauna local.
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