Adenocarcinoma prostático canino: terapia através de prostatectomia videolaparoscópica
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Abstract
Foi atendido no Hospital Veterinário da Universidade de Passo Fundo um canino, macho, Pittbull Americano, nove anos, obeso, apresentando aumento de saco escrotal e dor para locomover-se há duas semanas. Ao exame físico geral constatou-se severa algia abdominal e aumento de volume na região inguinal. O saco escrotal apresentou-se intensamente edemaciado, eritematoso e hipertérmico. Foram realizados como exames complementares hemograma completo, bioquímica sérica, urinálise, ecografia abdominal e radiografia torácica. Os exames sanguíneos demonstraram neutrofilia e aumento sérico da fosfatase alcalina. A urinálise evidenciou bacteriúria (3+), proteinúria (3+) e sangue oculto (3+). A ecografia abdominal evidenciou testículos com formato preservado, contorno regular, heterogêneos, ecogenicidade mista, mediastino testis alterado, caracterizando neoplasia. A próstata apresentava-se aumentada com contorno regular, heterogênea, ecogenicidade mista, compatível com cistos ou neoplasia. Na radiografia torácica não foram visibilizadas imagens radiográficas compatíveis com metástase pulmonar nodular. A terapêutica instituída foi meloxicam (0,2mg.kg-1 PO SID), tramadol (3mg.kg-1 PO TID) e enrofloxacina (5mg.kg-1 PO BID). O paciente foi encaminhado para a orquiectomia terapêutica e realização de biópsia prostática videolaparoscópica. Os testículos e fragmentos da biópsia foram encaminhados para análise histopatológica, sendo compatíveis com seminoma testicular e adenocarcinoma prostático. Dessa forma, o paciente foi submetido a novo procedimento, à prostatectomia videolaparoscópica, na qual foi possível a completa remoção da próstata, porém por meio dessa técnica, por se tratar de um paciente obeso, não foi possível a realização da uretrorrafia, convertendo para a técnica convencional. O paciente veio a óbito no dia seguinte ao procedimento cirúrgico. Sabe-se que os adenocarcinomas prostáticos são altamente invasivos e metastáticos, sendo de prognóstico ruim. Porém, mesmo nesse caso não sendo possível a total realização do procedimento através da videocirurgia, quando tratar-se de pacientes com escore corporal adequado, a técnica é altamente recomendada, por ser um procedimento pouco invasivo e menos traumático, facilitando o pós-operatório do paciente. O diagnóstico precoce dessas neoplasias é de suma importância para a intervenção precoce a fim de diminuir a progressão agressiva da enfermidade.
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