Achados clínicos e microscópicos do fibrossarcoma em cavidade oral de um canino
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Abstract
O trabalho objetivou a descrição do fibrossarcoma oral em cão. Um canino, macho, sem raça definida, com idade superior a quinze anos, apresentava tumor bucal com lenta velocidade de crescimento e evolução de três anos. Nos últimos meses, o animal iniciou automutilação da neoformação e disfagia. O paciente foi submetido à avaliação física, seguida da solicitação de exames complementares (citologia aspirativa da alteração, hemograma completo, bioquímica sérica hepática e renal, além de radiografias torácicas). Optou-se pela excisão cirúrgica da lesão. O material obtido foi encaminhado para histopatologia. O cão revelava normalidade dos parâmetros vitais. Contudo, a inspeção oral evidenciou um tumor, em mucosa gengival da parte rostral da mandíbula do antimero direito. O tumor possuía dimensões de 3,5x2,2x2,0cm. Demonstrava-se com consistência firme, base de inserção pedunculada, aderência parcial a planos profundos, forma irregular, superfície ulcerada com crostas hemorrágicas e coloração rosa. Havia protrusão da proliferação do interior da cavidade bucal e deformidade do lábio inferior. Não existia sinal macroscópico de lise óssea ou envolvimento de outras estruturas orais. A citologia sugeriu presença de neoplasia mesenquimal. A hematologia, dosagem bioquímica e imaginologia do tórax não evidenciaram anormalidades significativas. A análise histopatológica detectou, em todo cório da gengiva, proliferação neoplásica nodular. Esta era expansiva, infiltrativa e não revestida por cápsula fibrosa. As células tumorais exibiam-se alongadas, de núcleo oval ou fusiforme e citoplasma moderadamente abundante e eosinofílico. Propagavam- se de maneira compacta e desordenada, formando feixes entrecruzados e com produção intensa de colágeno. Ocorria anisocariose, anisocitose e atipia nuclear leve a moderada. O índice mitótico equivalia a uma figura mitótica/10 campos examinados na objetiva de 40x. O quadro foi compatível com fibrossarcoma. O paciente possuiu uma favorável recuperação pós-operatória. Na cavidade oral de cães, o fibrossarcoma corresponde a 12,9% de todas as neoformações e 2,3% a 2,6% dos tumores malignos. Para o caso em questão, a microscopia revelou que a neoplasia era morfologicamente bem diferenciada (e consequentemente com baixo potencial de malignidade), justificando-se a ausência de disseminação tumoral e adequada condição física do animal. Ao abordar um canino geriatra com proliferação oral, deve-se considerar a possibilidade de fibrossarcoma.
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