Babesia sp. Parasitando tamanduá mirim (tamandua tetradactyla) de vida livre em Lages, Santa Catarina
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Abstract
sp., transmitida por carrapatos ixodídeos. A infestação acomete animais
domésticos e silvestres. A Babesia parasita os eritrócitos do hospedeiro,
causando hemólise intravascular. A babesiose pode ser diagnosticada por
observação direta do parasita em esfregaço sanguíneo ou por técnicas como
a Reação em Cadeia da Polimerase (PCR). O presente trabalho documenta o
aparecimento do parasitismo de Babesia em um tamanduá mirim (Tamandua
tetradactyla), macho, filhote, trazido ao Hospital de Clínica Veterinária, CAV/
UDESC pela polícia ambiental, em setembro de 2011. O animal apresentava-se
subnutrido, com leve hipoglicemia, porém apresentava-se clinicamente
bem. Para melhor avaliação do paciente, foi realizada a coleta de amostra de
sangue (venopunção jugular) para realização de hemograma completo. O
sangue foi acondicionado em tubo com anticoagulante EDTA (10%). Foram
avaliadas: contagem de eritrócitos, dosagem de hemoglobina, mensuração
do hematócrito (Ht), avaliação dos índices hematimétricos (volume globular
médio-VGM e concentração de hemoglobina globular média-CHGM),
contagem total e diferencial de leucócitos, contagem de plaquetas, pesquisa
de hemoparasitas em esfregaço sanguíneo, dosagem de proteína plasmática
total e fibrinogênio, e contagem de reticulócitos. A pesquisa de babesias
foi efetuada com oligonucleotídeos específicos por PCR para Babesia sp.
O hemograma realizado no dia em que o animal deu entrada no Hospital
Veterinário não mostrou nenhuma alteração significativa, estando todos os
parâmetros avaliados dentro do intervalo de referência para a espécie. A única
alteração encontrada foi a presença de estruturas compatíveis com Babesia
sp. no esfregaço sanguíneo. O paciente não apresentava anemia, resposta
medular à diminuição de hemácias, confirmada através da quantidade normal
de reticulócitos na circulação, ou icterícia, que seriam achados comuns em
animais com babesiose. A PCR confirmou a presença de Babesia sp. na amostra
de sangue enviada. Dessa forma, o paciente foi caracterizado como um animal
portador, e não como um doente. O animal permaneceu no HCV recebendo
cuidados e alimentação adequada. Não foi realizado tratamento específico
para babesiose. Após quatro dias, outro hemograma foi realizado, mostrando
resultados similares ao primeiro, sendo que ainda foram encontradas
estruturas compatíveis com Babesia sp. no interior de eritrócitos. O animal
apresentava-se bem clinicamente e foi realocado em um zoológico da região.
Pela falta de sinais clínicos e alterações hematológicas, acredita-se que o animal
era um portador de Babesia sp.
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