Comportamento interespecífico e teritorialidade de vanellus chilensis
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Abstract
O quero-quero (Vanellus chilensis) é uma ave territorial que pertence à família Charadriidae, possui hábito gregário, sua alimentação consiste de invertebrados aquáticos e peixes encontrados em pequenas poças, além de artrópodes e de moluscos terrestres. Durante o período reprodutivo, que se estende de julho a dezembro, os animais formam casais ou trios. Nessa fase, a maioria das aves já possui um território pré-determinado, sendo essa espécie altamente territorial. O presente trabalho investigou a existência de comportamento interespecífico entre o Vanellus chilensis e as demais aves que ocupam o mesmo nicho espacial, e descreveu o comportamento territorialista da espécie. A pesquisa foi desenvolvida no campus da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, localizada no município de Cruz das Almas, Bahia, com caráter exploratório e observação direta da espécie na natureza. O campus é uma extensa área verde composta por regiões arborizadas e campos abertos; apresenta ainda um subbosque de eucaliptos, além de áreas de pastejo agrícola. Foram realizadas três observações semanais durante um período de duas horas cada, de maio a agosto de 2013. A atividade prática iniciava-se às 06h00, pois as observações são mais proveitosas nas primeiras horas da manhã, quando as aves estão mais ativas e saem à procura de alimento, seguindo às 16h00. Uma distância de aproximadamente 75m entre o observador e o animal foi respeitada para minimizar possíveis alterações comportamentais das aves. Foram utilizados binóculo 20x50, máquina fotográfica digital SONY 8x e planilha de campo para anotações de dados referentes às observações. Durante o período de estudo, foi observado que o quero-quero apresentou interação interespecífica com a garça vaqueira (Bubulcus íbis) e os bovinos. Demonstrando um comportamento territorialista, intolerância à presença de outras espécies de aves, inclusive à própria presença humana, entre eles houve a manifestação de comportamentos de defesa, como fuga, perseguição, ameaça, manobras de distração, de ataque e de alerta. As defesas com ataque foram mais frequentes, devido ao período reprodutivo da espécie, com a finalidade de proteger os filhotes. Os ataques ocorreram com mais frequência quando o intruso encontrava-se a menos de cinco metros do filhote, independentemente de sua idade.
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