Estratégia de ação para diminuir o número de tratamentos antirrábicos humanos pós exposição
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Abstract
A avaliação dos casos de agressão por animais, sem critérios bem definidos, pode levar à indicação equivocada de profilaxia antirrábica. O número de tratamentos pósexposição, em muitos municípios em todo o Brasil, tem preocupado as autoridades sanitárias. Assim, o presente trabalho objetivou avaliar os registros e a conduta da profilaxia antirrábica humana no Município de Jaboticabal, no período de 2007 a 2010. Para tanto, foram analisadas as informações das fichas de atendimento e dos resultados de visitas domiciliares e observação dos animais agressores. Os dados foram tabulados em Excel e analisados com softwares EpiInfo e Action. Também calculou-se o custo direto das vacinas antirrábicas humanas aplicadas. Foram elaboradas a nova ficha de atendimento antirrábico humano a ser proposta, a ficha referência de atendimento a agressão animal e a ficha de visita zoossanitária, todas com seus respectivos manuais de instrução para preenchimento. Além disso, foi realizada a capacitação dos responsáveis pela aplicação das mesmas e as visitas zoosanitárias. Em 1366 fichas analisadas, computou-se um agravo para cada 212 habitantes; das pessoas agredidas, 74,3% receberam profilaxia pósexposição, num total de 1.251 doses de vacina. A análise detalhada dos dados, aliada ao fato de Jaboticabal ser considerada região controlada para a raiva, permitem questionar que 894 pessoas podem ter recebido vacina sem necessidade, totalizando 1094 doses a um custo aproximado de R$20.134,70. Nas visitas zoosanitárias, constatou-se que, dentre os animais agressores, 78,1% eram domiciliados; 84,4% estavam sadios nos dias zero e após período de observação; 55% dos ataques foram provocados e 73% das agressões ocorreram nas próprias residências. Vale ressaltar que esta pesquisa complementou uma anterior, onde o índice de indicação de tratamento pós-exposição, no período de 2000 a 2006, foi 81,6%%. A redução desse índice nos anos seguintes demonstrou que o conhecimento dos dados pelos profissionais envolvidos no atendimento antirrábico humano levou a uma atuação mais criteriosa com consequente diminuição da taxa de indicação de vacinas e de erros no preenchimento das fichas. Conclui-se, então, que uma maior atenção deve ser dispensada ao atendimento a agravos por animais, com adequações na ficha de registro, aplicação das fichas referência de atendimento a agressão animal e de visita zoosanitária. É essencial a interação dos serviços médicos e médicos veterinários e a avaliação de todos os aspectos envolvidos em cada caso; isso dará subsídios e segurança para se instituir o tratamento antirrábico pós-exposição com critério e segurança. Por outro lado, programas educativos sobre comportamento animal, cuidados e posse responsável devem ser intensificados com a expectativa de diminuir o número de casos de agressão animal.
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