Avaliação da eficácia da imunoterapia alérgenoespecífica na dermatite atópica canina (31 casos)
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Abstract
A dermatite atópica canina (DAC) é uma dermatopatia crônica muito
prevalente na clínica de pequenos animais, e sua patogênese tem como
base uma reação de hipersensibilidade do tipo I, na qual ocorre a
produção exagerada de anticorpos alérgeno-específicos da classe da
IgE, frente a alérgenos ambientais. A imunoterapia alérgeno-específica
(ASIT) é considerada o único tratamento capaz de modificar o curso
natural das alergopatias, pois induz tolerância imunológica de longa
duração. Desta forma, o presente trabalho avaliou a eficácia da ASIT
na DAC. Para isso, foram selecionados 36 pacientes com diagnóstico
clínico de DAC e testes intradérmicos positivos. O protocolo da ASIT
constou de duas fases de indução (F1 e F2) e uma fase de manutenção
(M). Os frascos da F1 continham 100 unidades alérgicas bioequivalentes
(UBE)/mL, e os frascos da F2 e da M continham 1.000 UBE/mL. As
fases de indução consistiram de aplicações semanais crescentes até que
se atingisse a dose máxima (DM); e, a fase M, de aplicações mensais
(0,5 a 1,0mL) de acordo com a DM atingida. Cinco cães não chegaram a
completar o tempo mínimo exigido para avaliação da ASIT (12 meses),
devido à desistência do proprietário e foram excluídos do estudo. Dos 31
que seguiram com a ASIT, 54,9% (17/31) tiveram resposta excelente, ou
seja, controle dos sinais clínicos (eritema, prurido e sinais decorrentes
de infecções secundárias [bacteriana/fúngica]) sem medicamentos.
Em 25,8% (8/31) dos pacientes a resposta foi boa, pois eventualmente
necessitaram de intervenção medicamentosa. Em 12,9% (4/31) dos
pacientes, a resposta foi moderada, ou seja, houve necessidade da
utilização de medicamentos em dias alternados (ciclosporina e/ou
corticosteroide). A resposta foi ausente em 6,4% (2/31) dos pacientes,
pois mesmo com a instituição da ASIT, as medicações antipruriginosas
tiveram de ser mantidas. Os resultados obtidos demonstraram que a
ASIT é uma instrumento terapêutico a ser considerado pelos clínicos
veterinários no tratamento da DAC, visando à redução da utilização de
fármacos e propiciando a melhora na qualidade de vida dos pacientes.
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