Estudo retrospectivo da ocorrência, sensibilidade e resistência antimicrobiana in vitro em otopatias caninas na região da grande Florianópolis - SC
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Abstract
A otite externa canina é uma inflamação do epitélio do conduto auditivo, de etiologia multifatorial, tendo como principal fator perpetuante as infecções bacterianas, que podem evoluir para cronicidade. O presente trabalho realizou uma análise retrospectiva com amostras de culturas bacterianas e testes de sensibilidade e resistência in vitro de cerúmem de ouvidos de cães com otopatias, do período de janeiro de 2010 a dezembro de 2014, oriundos de três laboratórios veterinários de análises clínicas da região da Grande Florianópolis, SC. No total de 187 amostras analisadas por cultura bacteriana, os microrganismos mais isolados foram Staphylococcus pseudintermedius (22%) e Pseudomonas aeruginosa (16%), sendo observada a predominância de bactérias gram-negativas (47%). O antimicrobiano que demonstrou maior sensibilidade in vitro frente aos agentes bacterianos isolados foi o imipenem (100%), e o maior índice de resistência bacteriana foi à clindamicina (70%). Na avaliação das classes antimicrobianas, a maior sensibilidade bacteriana foi aos aminoglicosídeos (84%), e a maior resistência às lincosamidas (70%). Os dois principais agentes isolados S. pseudintermedius e P. aeruginosa foram avaliados frente aos antibióticos presentes em produtos otológicos veterinários, revelando uma sensibilidade bacteriana à tobramicina de (94%) e (93%) respectivamente. No entanto, o maíor indice de resistência bacteriana aos agentes foi à neomicina com (20%) e (30%) respectivamente. As sete bactérias mais isoladas nas amostras apresentaram perfil de multirresistência, sendo a espécie Pseudomonas spp (86%) com maior índice de resistência a três ou mais classes de antibióticos. Quanto aos dados epidemiológicos, as fêmeas (55%) e os cães adultos (53%) foram as categorias predominantes. A raça pura mais acometida foi a Poodle com 14%, mesma porcentagem encontrada em cães sem raça definida. Desta forma, conclui-se que a realização prévia de cultura bacteriana e do antibiograma em otopatias diminui os riscos da seleção de bactérias resistentes, e que para evitar possíveis falhas terapêuticas os fármacos não devem ser usados de forma empírica.
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