Avaliação clínico-epidemiológica de Felis catus infectado ou não pelo complexo sporothrix schenckii em diferentes áreas do Rio de Janeiro
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Abstract
A esporotricose é uma zoonose negligenciada que alcançou níveis epidêmicos no estado do Rio de Janeiro, no qual constitui doença de notificação compulsória. Contudo, poucos estudos abordaram populações de felinos domésticos afetados por essa micose em áreas geográficas distintas desse estado. Este trabalho comparou parâmetros clínico-epidemiológicos em populações de felinos domésticos com lesões cutâneas suspeitas de esporotricose, provenientes de diferentes áreas do Rio de Janeiro. Para tanto, 141 gatos, foram incluídos: Capital (n=51), Grande Niterói (Niterói e São Gonçalo; n=70) e Baixada Litorânea (Rio das Ostras e Cabo Frio; n=20). A citologia das lesões por in print, a cultura micológica e a prova do dimorfismo térmico permitiram a confirmação da doença em 65% (93/141) da população felina examinada. Dentre os gatos com esporotricose, a maioria foi de machos (71%), todos não castrados e sem raça definida, com idades entre três meses e 21 anos. As lesões na região da cabeça foram predominantes (100%), seguidas pelos membros posterior (32,3%) e anterior (30,1%). As erosões e úlceras foram mais comumente observadas (59,2% dos animais), seguidas por crostas (42%). Foi relevante o número de animais (39%) que apresentava espirros e/ou dificuldade respiratória concomitante. Nenhuma diferença clínicoepidemiológica foi observada entre as populações das áreas geográficas estudadas, a despeito das marcantes diferenças ambientais, climáticas e demográficas. Tal homogeneidade se manteve quando foram comparados gatos com diagnóstico confirmado ou não para esta zoonose (p>0,05). Esses achados reforçam a importância do diagnóstico laboratorial da esporotricose tendo em vista a similaridade clínico-epidemiológica entre essa micose em expansão frente às demais dermatopatias grassantes no estado do Rio de Janeiro.
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