Angiomatose cutânea em cão jovem: primeiro relato brasileiro
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Abstract
A angiomatose é uma proliferação vascular não neoplásica, que pode ser secundária a alterações do desenvolvimento vascular ou estar associada a neovascularização reacional estimulada por fatores de crescimento angiogênico. Já foi descrita em bovinos e caninos, e no Brasil há apenas o relato de um caso em Lhama de cativeiro. Foi atendido no Hospital Veterinário da Universidade de Cuiabá, um cão macho da raça Pinscher, com oito meses de idade, apresentando lesão cutânea no membro posterior direito, de aspecto avermelhado-arroxeado, similar a equimose, de aproximadamente 10 cm x 2 cm, observada desde os dois meses de idade. Devido à similaridade da lesão com equimose e à presença de carrapatos ao exame físico, foram efetuados o hemograma e a pesquisa de hematozoários, mostrando: trombocitopenia e presença de Anaplasma platys. O animal foi tratado com doxiciclina a 10 mg/kg a cada 12 horas, durante 30 dias, e retornou, quando não foi observada nenhuma melhora no aspecto da lesão. Assim sendo, fragmentos de pele foram encaminhados para exame histopatológico, tendo o seguinte resultado: presença de camada córnea, com discreta hiperqueratose ortoqueratótica. Epiderme dentro dos padrões de normalidade. Proliferação vascular mal circunscrita na derme, composta por estruturas vasculares típicas revestidas por células endoteliais típicas. As estruturas vasculares apresentaram-se formando capilares na maioria dos campos, e em outros campos vasos discretamente dilatados, revestidos por células endoteliais típicas. Estes dados caracterizaram a presença de uma proliferação vascular benigna que corresponde a angiomatose. A partir de então, o cão tem sido acompanhado até o presente momento, com nenhuma evidência de progressão da lesão. No Brasil, este é o primeiro relato de angiomatose cutânea em canino. Diante dos principais diagnósticos diferenciais incluírem neoplasias benigna e maligna de vasos sanguíneos (hemangioma e hemangiossarcoma) foi sugerido que o paciente fosse acompanhado, e que novos exames histopatológicos fossem realizados. A terapia de fotocoagulação a laser pode proporcionar bom resultado estético, sendo considerada uma alternativa eficaz à cirurgia de ablação, que poderia trazer resultados ineficazes.
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