Torção esplênica crônica em cão da raça sharpei
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Abstract
Um cão da raça sharpei, macho, com 5 anos de idade, foi atendido apresentando apatia, dispneia e dilatação gástrica. Ao exame físico apresentava padrão respiratório restritivo, taquicardia, hipotermia e presença de som timpânico à percussão da região epigástrica. A presença de gás foi confirmada após a realização de gastrocentese percutânea. Nos exames laboratoriais foram observadas anemia (hematócrito 30%), hipoalbuminemia (1,4 mg/dl) e hipocalemia (3,1 mEq/l). Devido ao quadro de dilatação gasosa em topografia de estômago, o paciente foi internado para estabilização e procedimento cirúrgico. Na laparotomia exploratória foi constatada rotação gástrica de 180°, associada à rotação de 6 vezes do pedículo esplênico, ambas em sentido horário, com presença de pequenas áreas hemorrágicas em parede gástrica e grande aderência de epíplon na cauda do baço, sugerindo alteração de caráter crônico. A esplenectomia total foi realizada com ligaduras em bloco, sem o reposicionamento do mesmo, evitando-se a reperfusão do órgão. Foi realizado exame anatomopatológico e observadas congestão e hemorragia difusa e acentuada. No pós-operatório imediato, o paciente foi mantido sob monitoramento clínico, laboratorial e eletrocardiográfico. Não foram evidenciadas intercorrências e o animal recebeu alta no segundo dia do pós-operatório. A relação entre torção esplênica secundária à dilatação gástrica não pôde ser estabelecida neste paciente, devido às características sugestivas de cronicidade da torção do baço. Caso a torção esplênica tenha sido primária, uma predisposição à compressão e torção gástrica pode ter ocorrido. O prognóstico da torção esplênica em pacientes estáveis é bom. Complicações frequentemente atribuídas à enfermidade, tais como arritmias, sepse e distúrbios de coagulação, não foram observadas no caso descrito.
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