Frequência de casos de acumuladores de animais e correlação com indicadores socioeconômicos em Curitiba–PR
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Abstract
O acúmulo de objetos e/ou de animais é considerado como um transtorno mental, caracterizado pela dificuldade do indivíduo em se desfazer de suas posses. No caso de acúmulo de animais, usualmente, observa-se no local ausência de saneamento, espaço, alimentação e cuidados veterinários, sendo o acumulador incapaz de reconhecer os efeitos dessas falhas no bem-estar dos animais. Estudos referentes ao acúmulo de animais são cada vez mais frequentes na literatura científica, mas dados referentes a distribuição geográfica dos casos e possíveis padrões que favoreçam a sua ocorrência ainda são escassos. O presente trabalho foi delineado para estabelecer a frequência dos casos de acumuladores de animais no município de Curitiba e correlacionar a sua ocorrência com indicadores demográficos e socioeconômicos dos bairros da cidade. Foram utilizados dados referentes a casos de acumuladores de animais provenientes das Secretarias de Saúde, Meio Ambiente e Assistência Social e da central de denúncias da Prefeitura de Curitiba. A frequência de casos foi correlacionada com indicadores populacionais e socioeconômicos dos bairros da cidade, como densidade populacional, população total, população por sexo, população idosa e renda média mensal. Os dados foram analisados com o emprego do programa estatístico SPSS, e as correlações foram calculadas pelo teste de Spearman. A análise dos dados revelou a existência de 65 acumuladores de animais em Curitiba, o que representa uma proporção de 3,71 para cada 100.000 habitantes, distribuídos em 38/75 (50,6%) bairros da cidade. Foi detectada a ocorrência simultânea de acúmulo de materiais em 24/65 (36,9%) casos. Dados referentes ao número de animais envolvidos foram coletados em 40/65 (61.5%) casos, resultando em um total de 1.114 animais ( 724 cães e 390 gatos), com uma média de 27,8 animais por caso. A correlação da frequência dos casos nos bairros com os dados populacionais foi positiva e significativa (p<0,01), demonstrando que os bairros mais populosos, em quaisquer extratos populacionais, apresentam maior ocorrência de acumuladores de animais. A correlação com a renda média mensal dos bairros foi negativa e significativa (p<0,05), evidenciando que bairros com menor rendimento médio mensal apresentam maior registro de casos de acumuladores de animais. Com isso, pode-se concluir que a frequência de casos de acumuladores de animais é relativamente alta em Curitiba, estando amplamente distribuídos pela cidade, sendo mais frequentes em bairros mais populosos e com menor renda mensal média, e envolvendo um elevado número de animais.
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