Expectativa de vida de cães errantes castrados pelo projeto de controle de natalidade de cães e gatos do município de Alegre-ES
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Abstract
A superpopulação de animais errantes é um problema socioambiental que afeta a maioria das cidades brasileiras. Os locais que não enfrentam esse problema de forma ativa convivem com transtornos em setores diversos como: saúde, segurança pública, saúde animal e meio ambiente. O município de Alegre, no Espírito Santo, conta com uma população de animais domésticos de companhia, estimados em mais de 9.000, cerca de 30% da população humana, dos quais uma grande parcela é representada por animais errantes ou semidomiciliados. Com este contigente de animais torna-se necessária a criação e a implantação de políticas educacionais voltadas para a importância da posse responsável, assim como da esterilização dos animais no município de Alegre, ES, visando à melhoria da sobrevida e qualidade de vida dos animais errantes. O Programa de Controle Populacional de Carnívoros, do Curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Espírito Santo, implantado em 2011 foi estabelecido para reduzir os problemas causados pelo abandono animal. A estratégia empregada foi a de educar as pessoas sobre a importância da guarda responsável, com o emprego de três projetos interelacionados que trabalham com a ideia de que os animais devem ser mantidos dignamente em boas condições de abrigo, alimentação e saúde, além de realizar a castração dos animais errantes. A castração esterilização tem a finalidade de domesticar o comportamento do animal, tornando-o mais sociável, além de ser a forma mais eficaz de evitar a proliferação de animais errantes. Esses animais, quando soltos nas ruas, possuem uma taxa de sobrevida baixa, pois sofrem diversas injúrias dentre as quais os atropelamentos, maus-tratos, além de cursarem por doenças que podem ocasionar o óbito. Os cães, quando não castrados, acabam percorrendo grandes distâncias territoriais, se envolvendo em brigas, seja pela disputa de territórios ou por fêmeas no cio, podendo se distrair e dessa forma serem atropelados. O presente projeto já realizou a castração de 163 animais errantes, dos quais 55 cães machos (33,74%), 66 fêmeas (40,49%), 30 gatos (18,40%) e 12 gatas (7,36%). Com a castração aumentam consideravelmente. as chances dos animais serem adotados, por famílias ou pela comunidade, Consequentemente, a sua expectativa de vida também aumenta, pois deixam de se aventurar nas ruas e passam a receber os cuidados necessários. Dos 163 animais castrados, uma média de 55,82% foram adotados por famílias, e o restante foi devolvido para a mesma localidade de onde foram recolhidos. Esses animais que retornaram para as ruas passam a ter uma sobrevida maior, quando comparado aos animais não castrados, pois a castração leva a uma diminuição da libido e da exploração territorial, mantendo-os mais próximos do seu ambiente de entorno, facilitando, assim, a sua adoção pela comunidade como “cão comunitário”. Os “cães comunitários” castrados pelo projeto têm apresentado uma sobrevida superior a 36 meses (período de avaliação), independente da idade estimada do animal quando da realização da cirurgia. Com isso pode-se concluir que a castração, além de propiciar o controle populacional, também influencia o comportamento canino, aumentando consideravelmente as chances de uma adoção e a expectativa de vida dos animais.
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