Controle de Desmodus rotundus e educação sanitária em pequenas comunidades da baixada maranhense - Brasil
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Abstract
Este trabalho teve o objetivo de traçar o perfil dos ataques de vampiros em pessoas e semoventes na Baixada Maranhense (região alagada), controlar a população de Desmodus rotundus, bem como, mostrar que a educação sanitária é uma possibilidade de transformação de comportamento dos indivíduos avaliados. Na região estudada, as áreas mais altas onde os animais se alimentam durante o período das cheias, são denominadas pelos populares de ‘Teso’, no período das secas os servidores da Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão (AGED-MA), atenderam demanda de espoliações em animais e humanos em dois povoados a 2 km entre si. No total foram visitadas 48 casas, sendo 35 em Frades e 13 no povoado Teso da Tapera. Há histórico de abertura de novas áreas dentro de remanencentes de matas que estariam próximas aos povoados em estudo. Nas comunidades agredidas foram realizadas palestras sobre Raiva Humana e Animal e Bioecologia de Morcegos Hematófagos para 86 pessoas em 3 ocasiões distintas. Realizou-se um questionário para avaliar o sistema de criação de animais e mordeduras do Desmodus rotundus. Pela análise dos resultados, observou-se que 13 humanos foram agredidos, dentro de uma população de 198 pessoas, uma criança (0,50%) e 12 outras adultas (6,06%), perfazendo um total de 7% da população exposta. As crianças dormem quase sempre protegidas com mosquiteiros. Da localização das espoliações nos humanos, 92,30% foram nos pés, indicando que as pessoas que dormem em redes , ficam com as extremidades inferiores estão mais vulneráveis a ataque de vampiros e 81% das pessoas entrevistadas não tinham esclarecimentos necessários a respeito da raiva. A maior frequência de mordeduras em pessoas aconteceram num período de 4 meses (92,30%), entre os meses de agosto e outubro e o restante a no máximo 1 ano. Indicando que as agressões podem ter ocorrido em função do desmatamento de áreas próximas aos povoados e no período do deslocamento de animais para outras áreas. Todas as pessoas agredidas, só procuram o serviço de saúde para tratamento preventivo após a primeira palestra, demonstrando a importância da educação sanitária em áreas de risco para raiva. Pela ausência de casos clínicos, observa-se que a população de morcegos hematófagos não estava enferma com vírus rábico. Das pessoas envolvidas em entrevista, (20,87%) delas descreveram como abrigos, ocos de árvore e bueiros na Ferrovia Carajás. Verificou-se que dentre 47 criadores, 51,6% destes deixavam os seus animais soltos no período, e os que ficavam próximos as residências seriam um atrativo aos morcegos. No período analisado, observou-se que apesar de haver animais nas redondezas, os D. rotundus, tinham preferências por alimentar-se de sangue humano. Com base nas elucidações de campo, sistema de criação e características da área, conclui-se que há muitos abrigos ao longo da Ferrovia Carajás que corta os municípios do Estado e poucos nos campos alagados; as moradias mesmo sendo de alvenaria, não possuem forros ou outro tipo de proteção impedindo a entrada dos hematófagos; no regime de criação dos animais na baixada, na estação chuvosa os médios e/ou grande animais estão próximo às residências e no período mais seco são criados soltos, os morcegos não acompanham essa movimentação; o controle de morcegos hematófagos e a educação sanitária são medidas de fácil visualização e convencimento em comunidades; facilmente o homem pode se tornar uma fonte de alimentação alternativa em áreas onde houve alterações de ambiente, movimentação ou morte de animais e não há circulação viral na área já que o resultado do diagnóstico laboratorial foi negativo para raiva e não houve casos da enfermidade.
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