Defeito de septo ventricular em cão da raça Golden retriever – Relato de caso
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Abstract
O defeito do septo interventricular é uma cardiopatia congênita. Durante o período fetal, o animal mantém uma comunicação entre os átrios e artérias aorta e pulmonar para a passagem de sangue oxigenado que chega via placenta/cordão umbilical para todos os tecidos do corpo, já que a respiração pulmonar, nesse caso, ainda não se faz necessária e não é realizada. Após o nascimento, as aberturas fecham-se gradativamente e os dois lados ficam isolados, impedindo a mistura de sangue oxigenado com desoxigenado. Ainda nessa fase, os ventrículos são formados, ocorrendo a formação da parede que os divide em direito e esquerdo. Quando a parede não se fecha, há a persistência de uma abertura que ocasiona um defeito do septo ventricular (DSV) que pode, a longo prazo, levar a complicações como hipertensão pulmonar e insuficiência cardíaca congestiva (ICC), sobrecarregando o lado direito do sistema cardiovascular. Uma cadela da raça Golden Retriever com dois anos de idade alimentada com ração light, por apresentar grau de obesidade, baixa atividade física, com imunização e vermifugação atualizadas e histórico de erliquiose apresentou alteração da ausculta cardíaca durante exame clínico de rotina e foi encaminhada a um cardiologista que solicitou um ecocardiograma. No primeiro exame, realizado em outubro de 2013, foi constatado que o animal apresentava um defeito na porção perimembranosa do septo ventricular. O segundo exame foi realizado na mesma clínica veterinária em outubro de 2014. Nos exames efetuados na função Doppler foi visualizado um sopro holossistólico e foi observado o defeito do septo interventricular membranoso com a presença da comunicação entre os ventrículos. A evolução da cardiopatia foi analisada com base nos parâmetros AE/Ao, SIVd, SIVs, DVEd, DVEs, PPVEd, PPVEs. A análise comparativa dos ecocardiogramas realizados nos anos de 2013 e 2014 revelou que, a despeito de o animal ter apresentado algumas diferenças nos parâmetros avaliados, elas foram, na sua maioria, situadas dentro da normalidade para a raça e idade, podendo estar relacionadas com o quadro de obesidade do animal e não diretamente com o defeito do septo ventricular.
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