Suspeita de borreliose em cão em São Paulo/SP, Brasil. Relato de caso
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Introdução: A Borreliose, também conhecida como Doença de Lyme, é uma zoonose causada pela bactéria Borrelia burgdorferi, que é transmitida pela picada de um carrapato infectado. Suas principais manifestações clínicas são apatia, anorexia, febre, claudicação e artrite. A confirmação laboratorial da doença é efetuada com o emprego de imunofluorescência, ELISA, esfregaço sanguíneo e PCR. O tratamento recomendado é a antibióticoterapia (Doxiciclina, Amoxicilina com Clavunalato de potássio ou Cefovecina) e a profilaxia apoia-se no controle da infestação por ectoparasitas. Relato de caso/Métodos: Um cão macho, Lhasa Apso, com 12 anos de idade foi atendido no Hospital Veterinário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). O animal apresentava-se prostrado, com apetite seletivo, dificuldade de manter-se em estação e midríase bilateral permanente há quatro dias. No exame físico foram observadas hipertermia e ixodidiose. Em análise hematológica e bioquímica foi constatada a ocorrência de anemia normocítica e normocrômica, elevação de enzimas hepáticas (ALT e FA), e o teste ELISA foi positivo para Borrelia burgdoferi. Na avaliação ultrassonográfica constou ecogenicidade hepática reduzida, esplenomegalia, duodenite e aumento de próstata. Foi instituída terapia com Amoxicilina + Clavulanato de Potássio (22mg/kg/TID) e Ranitidina(2mg/kg/BID) por 30 dias e houve melhora clínica. Resultado e discussão: Embora Lyme seja frequentemente diagnosticado em humanos no hemisfério norte, a incidência no Brasil não é comum. Por tratar-se de uma zoonose, destaca-se sua importância diagnóstica. A ocorrência de reações cruzadas nos testes sorológicos que revelam a presença de anticorpos e a dificuldade na visualização do organismo em urina ou sangue prejudicam o diagnóstico; portanto, contato com vetores, manifestações clínicas e resposta terapêutica podem ser utilizados para o encaminhamento da suspeição da infecção. No presente caso, as manifestações e a positividade no teste ELISA reforçaram a suspeita, embora a técnica PCR fosse ideal para confirmação. Conclusão: A melhora do quadro após terapia contribui para o diagnóstico presuntivo, mas há necessidade de testes mais específicos para a confirmação do diagnóstico, pois até o presente ainda não foram efetuados o isolamento e a tipificação do microrganismo no Brasil. Destaca-se a importância na inclusão da suspeita da doença em diagnósticos diferenciais de hemoparasitoses.
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