Agentes bacterianos isolados de quartos mamários com mastite subclínica em propriedades leiteiras da região sul do estado do Rio Grande do Sul, Brasil

Abstract

A mastite bovina é um dos importantes fatores que comprometem a qualidade do leite. A inflamação da glândula mamária pode ser ocasionada por diversas causas, principalmente bactérias dos gêneros Staphylococcus, Streptococcus e Corynebacterium. O presente trabalho quantificou a mastite subclínica e efetuou a identificação dos principais agentes bacterianos em dez Unidades de Produção de Leite (UPL) da zona rural do Município de Pelotas, Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Dez UPL foram monitoradas durante cinco meses com levantamento de informações sobre o sistema de produção obtidas com a aplicação de questionários epidemiológicos, realização do teste da caneca de fundo preto, CMT e colheita de amostras de leite para identificação bacteriana. Os resultados obtidos foram analisados pelas frequências observadas. As UPL são caracterizadas por serem do tipo familiar, 88% possuem em média uma área de até 30ha, em média 12 animais em lactação e média na produção de leite de 175 litros/dia. Em 50% das UPL a ordenha é manual e 70% utilizam resfriamento de imersão. A prevalência de mastite subclínica no período estudado foi de 37,4%. Foram considerados para a análise os agentes bacterianos de maior prevalência: Staphylococcus spp., Streptococcus spp. e Corynebacterium spp. Nos 894 isolamentos de amostras de quartos mamários reagentes ao CMT foram encontradas as prevalências: Staphylococcus spp. (49,4%), Corynebacterium spp. (13,5%), Streptococcus spp. (9,6%), Staphylococcus spp. mais Corynebacterium spp. (3,7%), Streptococcus spp. mais Corynebacterium spp. (0,9%), Staphylococcus spp. mais Streptococcus spp. (2,2%) e 20,7% sem isolamento. Quanto as amostras com escore +, os agentes Staphylococcus spp. e Corynebacterium spp. foram identificados em 91,7% das amostras e 62,2% apenas Staphylococcus spp. O maior número de amostras com escore ++ (86%) também foi identificado com esses dois agentes principais, sendo isolado Staphylococcus spp. em 66,4% das amostras. Com escore +++, em 59% das amostras, o agente prevalente foi o Staphylococcus spp.; porém, em 15,9% dos casos, o segundo agente foi o Streptococcus spp. A mastite nas UPL apresentou uma prevalência semelhante a já encontrada de outros estudos efetuados na região e os microrganismos predominantes foram os agentes contagiosos, provavelmente devido ao manejo inadequado da ordenha.